

"Ja é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?"
Um fato interessante ocorreu na história da Nova Inglaterra (Estados Unidos) em 19 de maio de 1780. Os céus variaram sua cor de azul para cinzento, e um pouco mais tarde se tornaram negros. Os homens se ajoelhavam e clamavam a Deus por misericórdia, sentindo que o dia do juízo havia chegado. Naquele dia, a Câmara dos Deputados de Connecticut estava em sessão, e alguém exigiu imediata suspensão das reuniões. O orador da Câmara, Coronel Abraham Davenport, pediu silêncio e disse: “O dia do juízo está chegando ou não. Se não está, não há motivo para interrupção. Se está, escolho ser achado cumprindo meu dever. Desejo, portando, que se tragam velas.”
O profeta Daniel teve o privilégio de contemplar as cenas do julgamento e exclamou: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros... Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.” Daniel 7: 9, 10, 13, 14.
“A vinda de Cristo aqui descrita não é a Sua segunda vinda à Terra. Ele vem ao Ancião de Dias, no Céu, para receber o domínio, a honra, e o reino, os quais Lhe serão dados no final de Sua obra de mediador. É esta vinda, e não o seu segundo advento à Terra, que foi predita na profecia como devendo ocorrer ao terminarem os 2.300 dias, em 1844. Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece à presença de Deus a fim de Se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol do homem, a saber: realizar a obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma.” O Grande Conflito, pág. 480.
“O Ancião de Dias é Deus, o Pai... É Ele, fonte de todo ser e de toda lei, que deve presidir ao juízo. E santos anjos, como ministros e testemunhas, em número de ‘milhares de milhares, e milhões de milhões’, assistem a esse grande tribunal.” O Grande Conflito, pág. 480.
“O mais profundo interesse manifestado entre os homens nas decisões dos tribunais terrestres não representa senão palidamente o interesse demonstrado nas cortes celestiais quando os nomes inseridos nos livros da vida aparecerem perante o Juiz de toda a Terra.” O Grande Conflito, págs. 483, 484.
O juízo investigativo, que vem sendo levado a efeito no santuário celestial desde 1844, tem vários propósitos:
1. PARA JUSTIFICAR O CARÁTER JUSTO DE DEUS
“No dia do juízo final, toda alma perdida compreenderá a natureza de sua rejeição da verdade. A cruz será apresentada, e sua real significação será vista por todo espírito que foi cegado pela transgressão. Ante a visão do Calvário com sua misteriosa Vítima, achar-se-ão condenados os pecadores. Toda falsa desculpa será banida. A apostasia humana aparecerá em seu odioso caráter. Os homens verão o que foi sua escolha. Toda questão de verdade e de erro, na longa controvérsia, terá, então, sido esclarecida. No juízo do Universo, Deus ficará isento de culpa pela existência ou continuação do mal. Será demonstrado que os decretos divinos não são cúmplices do pecado. Não havia defeito no governo de Deus, nenhum motivo de desafeto. Quando os pensamentos de todos os corações forem revelados, tanto os leais como os rebeldes se unirão em declarar: ‘Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem Te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o Teu nome? ... Porque os Teus juízos são manifestos.’ Apocalípse 15:3 e 4.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 58.
2. PARA DETERMINAR QUEM É “CONSIDERADO DIGNO” DE UM LUGAR NO REINO DA GLÓRIA
“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” Hebreus 9:27.
"Ja é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?" 1 Pedro 4:17.
“[Deus] estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17:31.
“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” 2 Coríntios 5:10.
“Os que forem considerados dignos de tomar parte na era que há de vir, e na ressurreição dos mortos ... são filhos de Deus, visto que são filhos da essurreição.” Lucas 20:35, 36. (NVI).
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.” João 3:16-18 (NVI).
“Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” João 3:36.
“Eu [Jesus] lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.” João 5:24 (NVI).
“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Romanos 8:1.
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.” Romanos 8:33 e 34.
“Ao abrirem-se os livros de registro no juízo, é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus.
Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes. Quando alguém tem pecados que permaneçam nos livros de registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida, e o relato de suas boas ações apagado do livro memorial de Deus. O Senhor declarou a Moisés: ‘Aquele que pecar contra Mim, a este riscarei Eu do Meu livro.’ Êxodo 32:33.
E diz o profeta Ezequiel: ‘Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, ... de todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória.’ Ezequiel 18:24.
“Atende, SENHOR, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me, segundo a tua fidelidade, segundo a tua justiça. Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente.” Salmos 143: 1 e 2.
“Através da justiça imputada (creditada) [de Cristo], eles crentes) são aceitos por Deus, como os que estão manifestando ao mundo que reconhecem a submissão a Deus, guardando todos os Seus mandamentos.” Review and Herald, 22 de agosto de 1893.
“Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do SENHOR, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor. Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreende, ó Satanás; sim, o SENHOR, que escolheu a Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo? Ora, Josué, trajado de vestes sujas, estava diante do Anjo. Tomou este a palavra e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniqüidade e te vestirei de finos trajes. E disse eu: ponham-lhe um turbante limpo sobre a cabeça.
Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça um turbante limpo e o vestiram com trajes próprios; e o Anjo do SENHOR estava ali, protestou a Josué e disse: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Se andares nos meus caminhos e observares os meus preceitos, também tu julgarás a minha casa e guardarás os meus átrios, e te darei livre acesso entre estes que aqui se encontram.” Zacarias 3:1-7.
A visão de Josué e o Anjo é uma cena de juízo. Josué representa o povo de Deus. O Anjo do Senhor é o próprio Jesus Cristo. É Ele quem pronuncia o veredicto.
“Em suas vestes manchadas de pecado, confessando sua culpa,[O Sumo Sacerdote Josué, na visão de Zacarias capítulo 3] permanece perante Deus. Mas Jesus, nosso Advogado, apresenta um eficaz rogo em favor de todos os que, mediante arrependimento e fé, a Ele confiaram a guarda de sua alma. Defende-lhes a causa e derrota seu acusador, com os poderosos argumentos do Calvário. Sua perfeita obediência à lei de Deus, mesmo até à morte de cruz, conferiu-Lhe todo o poder no Céu e na Terra, e Ele pleiteia de Seu Pai misericórdia e reconciliação para o homem culpado.” Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 173-175.
“[Cristo] é capaz de silenciar o acusador com argumentos baseados não em nossos méritos mas nos Seus.” Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 175.
“[Cristo] nos apresenta ao Pai trajados nas vestes brancas de Seu próprio caráter. Ele roga a Deus em nosso favor, dizendo: Eu tomei o lugar do pecador. Não olhes a este filho desgarrado, mas a Mim. E quando Satanás intervém em altos brados contra nossa alma, acusando-nos de pecado, e reivindicando-nos como presa sua, o sangue de Cristo intercede com maior poder.” O Maior Discurso de Cristo, pág. 9.
O Senhor Jesus declara a nosso respeito: “O pai não vê vosso caráter defeituoso, mas vos olha revestidos de Minha perfeição.” O Desejado de Toda as Nações, pág. 357.
“Não devemos estar ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto.” Mensagens Escolhidas, vol 2, págs. 32 e 33.
Depois de ter tido uma visão do juízo, E. G. White escreveu: “Fui levada, por assim dizer, diante do grande trono branco, e vi minha vida como aparecerá ali. Não encontro nada de que possa jactar-me, nenhum mérito que possa reivindicar. ‘Indigna, indigna do menor de Teus favores, ó meu Deus’, é o meu clamor. Minha única esperança está no Salvador crucificado e ressuscitado.
Reivindico os méritos do sangue de Cristo. Jesus salvará totalmente todos os que depositam sua confiança nEle.” Mensagens Escolhidas, vol 3, pág. 148.
“O coração orgulhoso esforça-se por alcançar a salvação; mas tanto o nosso título ao Céu, como nossa idoneidade para ele, encontram-se na justiça de Cristo. O Senhor nada pode fazer para a restauração do homem enquanto ele, convicto de sua própria fraqueza e despido de toda presunção, não se entrega à guia divina. Pode, então, receber o dom que Deus está à espera de conceder. Coisa alguma é recusada à alma que sente a própria necessidade. Ela tem ilimitado acesso Àquele em quem habita a plenitude. ‘Porque assim diz o Alto e Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.’ Isaías 57:15.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 300.
LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA DE JACÓ
“Jacó... ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia. Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele. Disse o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. Jacó, porém, respondeu: Não te deixarei ir, se me não abençoares.
Perguntou-lhe, pois: Qual é o teu nome? E ele respondeu: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido. Perguntou-lhe Jacó: Dize-me, peco-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que perguntas pelo meu nome? E ali o abençoou.” Gênesis 32: 24-29.
“A experiência de Jacó durante aquela noite de luta e angústia, representa a prova pela qual o povo de Deus deverá passar precisamente antes da segunda vinda de Cristo. O profeta Jeremias, em santa visão, olhando para este tempo, disse: ‘Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz... Por que se têm tornado macilentos todos os rostos? Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livrado dela.’ Jeremias. 30:5-7.
“Quando Cristo cessar a Sua obra como mediador em prol do homem, então começará este tempo de angústia. Ter-se-á, então, decidido o caso de toda alma, e não haverá sangue expiatório para purificar do pecado. Ao deixar Jesus Sua posição como intercessor do homem junto a Deus, faz-se o solene anúncio: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.’ Apocalipse. 22:11.
Então o Espírito repressor de Deus é retirado da Terra. Assim como Jacó foi ameaçado de morte por seu irmão irado, o povo de Deus estará em perigo por parte dos ímpios, que procurarão destruílos.
E assim como o patriarca lutou toda a noite para conseguir livramento da mão de Esaú, clamarão os justos a Deus dia e noite por livramento dos inimigos que os cercam.
“Satanás acusara Jacó diante dos anjos de Deus, pretendendo o direito de destruí-lo por causa de seu pecado; levara Esaú a marchar contra ele; e, durante a longa noite de luta do patriarca, Satanás esforçou-se por impor-lhe a intuição de sua culpa, a fim de o desanimar, e romper o seu apego com Deus. Quando, em sua angústia, Jacó lançou mão do Anjo, e com lágrimas suplicou, o Mensageiro celeste, a fim de provar-lhe a fé, lembrou-o, também, de seu pecado, e sforçou-se por escapar dele. Mas Jacó não quis demover-se. Aprendera que Deus é misericordioso e lançou-se à Sua misericórdia. Fez referência ao rependimento de seu pecado e implorou livramento. Ao rever a sua vida, foi impelido quase ao desespero; mas segurou firmemente o Anjo, e com brados ardorosos, aflitivos, insistiu em sua petição, até que prevaleceu.
“Tal será a experiência do povo de Deus em sua luta final com os poderes do mal. Deus lhes provará a fé, a perseverança, a confiança em Seu poder para os livrar. Satanás esforçar-se-á por aterrorizálos com o pensamento de que seus casos são sem esperança; que seus pecados foram demasiado grandes para eceberem perdão.
Terão uma intuição profunda de seus fracassos; e, ao reverem a vida, perder-lhes-ão as esperanças. Lembrando-se, porém, da grandeza da misericórdia de Deus, e de seu próprio arrependimento sincero, alegarão Suas promessas feitas por meio de Cristo aos pecadores desamparados e arrependidos. Sua fé não faltará por não serem suas orações respondidas imediatamente. Apoderar-se-ão da força de Deus, assim como Jacó lançou mão do Anjo; e a expressão de sua alma será: ‘Não Te deixarei ir, se me não abençoares.’ Gênesis. 32:26.
“Se Jacó não se houvesse arrependido previamente do pecado de obter a primogenitura pela fraude, Deus não poderia ter ouvido sua oração e, misericordiosamente, preservado sua vida. Assim, no tempo de angústia, se o povo de Deus houvesse de ter pecados não confessados, para aparecerem diante deles enquanto torturados pelo temor e angústia, abater-se-iam; o desespero lhes cortaria a fé, e não poderiam ter confiança para pleitearem com Deus seu livramento. Mas, conquanto tenham uma intuição profunda de sua indignidade, não terão faltas ocultas a revelar. Seus pecados ter-se ão apagado pelo sangue expiatório de Cristo, e eles não os podem trazer à lembrança.
“Satanás leva muitos a crer que Deus não tomará em consideração a sua infidelidade nas menores coisas da vida; mas o Senhor mostra, em Seu trato com Jacó, que Ele não pode, de maneira alguma sancionar ou tolerar o mal. Todos os que se esforçam por desculpar ou esconder seus pecados, e permitem que eles permaneçam nos livros do Céu, sem serem confessados ou perdoados, serão vencidos por Satanás. Quanto mais exaltada for a sua profissão, e mais honrada a posição que ocupam, mais ofensiva é a sua conduta aos olhos de Deus, e mais certa a vitória do grande adversário.
“Contudo, a história de Jacó é uma segurança de que Deus não repelirá aqueles que foram atraídos ao pecado, mas que voltaram a Ele com verdadeiro arrependimento. Foi pela entrega de si mesmo e por uma fé tranqüilizadora que Jacó alcançou o que não conseguira ganhar com o conflito em sua própria força.
Deus assim ensinou a Seu servo que o poder e a graça divina unicamente lhe poderiam dar a bênção que ele desejava com ardor. De modo semelhante será com aqueles que vivem nos últimos dias. Ao rodearem-nos os perigos, e ao apoderar-se da alma o desespero, devem confiar unicamente nos méritos da obra expiatória.
Nada podemos fazer de nós mesmos. Em toda a nossa desajudada indignidade, devemos confiar nos méritos do Salvador crucificado e ressuscitado. Ninguém jamais perecerá enquanto fizer isto. A lista longa e negra de nossos delitos está diante dos olhos do Ser infinito. O registro é completo; nenhuma de nossas ofensas é esquecida. Aquele, porém, que ouviu os clamores de Seus servos na antiguidade, ouvirá a oração da fé, e perdoará as nossas transgressões. Ele o prometeu, e cumprirá a Sua palavra.
“Aqueles que não estiverem dispostos a abandonar todo o pecado deve buscar fervorosamente a bênção de Deus, não a obterão. Mas todos os que lançarem mão das promessas de Deus, como fez Jacó, e forem tão fervorosos e perseverantes como ele o foi, serão bem-sucedidos como ele. ‘E Deus não fará justiça a Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça.’ Lucas. 18:7 e 8.” Patriarcas e Profetas, págs. 200-203.
LIÇÕES DA PARÁBOLA DAS BODAS
“O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir. Enviou, ainda, outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram.
O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade. Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados. Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.” Mateus 22: 2-13.
A parábola das bodas (Mt 22:2-13) representa o juízo investigativo, que examina o caráter de todos que professam servir a Deus. Os únicos que são aprovados no juízo são os que estão vestidos com o traje de bodas. Este traje representa o caráter de Cristo que é creditado aos remidos (justiça imputada) e reproduzido neles (justiça comunicada).
“Pela veste nupcial da parábola é representado o caráter puro e imaculado, que os verdadeiros seguidores de Cristo possuirão.
Foi dado à igreja ‘que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente’ (Apocalípse 19:8), ‘sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante’. Efésios 5:27.
O linho fino, diz a Escritura, ‘é a justiça dos santos’. Apocalípse 19:8. A justiça de Cristo e Seu caráter imaculado, é, pela fé, comunicada a todos os que O aceitam como Salvador pessoal.” Parábolas de Jesus, pág. 310.
“Em Sua humanidade, Cristo formou caráter perfeito, e Se propõe a comunicar-nos esse caráter.” Christ’s Object Lessons, pág. 311.
Os que possuírem esse caráter serão aprovados no juízo; os outros serão rejeitados. Há somente um padrão–a lei de Deus–pela qual nossos caracteres serão avaliados. “Não sejais enganado pelo primeiro grande adversário da lei de Deus. Quando o juízo se assentar e os livros forem abertos, vossa vida e a minha serão avaliadas pela lei do Altíssimo.” Signs of the Times, 29 de dezembro de 1897.
Por essa razão: “A única pergunta feita no juízo será: ‘Foram eles obedientes aos Meus mandamentos.” Gospel Workers, pág. 315.
“A regra de vida dada por Cristo, a regra pela qual todos viverão ou serão reprovados no juízo é: ‘Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam assim fazei-o vós também a eles.’
“Faz toda a diferença a espécie de material que se use na formação do caráter. O longamente esperado dia de Deus logo testará a obra de todo homem. ‘Qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.’ 1 Coríntios 3:13.
Como o fogo revela a diferença entre o ouro, a prata e as pedras preciosas e madeira, feno e palha, assim, o dia do juízo testará os caracteres, mostrando a diferença entre os caracteres formados segundo a semelhança de Cristo, e os formados segundo a semelhança do coração egoísta.” Mente, Caráter e ersonalidade, vol. 2, pág. 548.
No juízo investigativo, os professos seguidores de Cristo estarão divididos em duas classes: (1) os aprovados e (2) os rejeitados.
1. OS APROVADOS
“Nesta vida é que devemos trajar as vestes da justiça de Cristo.
Esta é a nossa única oportunidade de formar caráter para o lar que Cristo preparou para os que obedecem aos Seus mandamentos.”–Parábolas de Jesus, pág. 319.
“A veste branca é a justiça de Cristo, o traje de bodas que somente Cristo pode dar.” SDA Bible Commentary (E. G. White comments), vol. 7, pág. 965.
A veste branca da justiça de Cristo pertence aos crentes arrependidos que confessaram e abandonaram todos os seus pecados conhecidos. Esses terão seus pecados apagados dos livros de registro e seus nomes serão conservados no livro da vida. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.” Atos 3:19.
“Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o perdão acrescentado ao seu nome, nos livros do Céu; tornando-se eles participantes da justiça de Cristo, e verificando-se estar o seu caráter em harmonia com a lei de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna. O Senhor declara pelo profeta Isaías: ‘Eu, Eu mesmo, sou O que apago as tuas transgressões por amor de Mim, e dos teus pecados Me não lembro.’ Isaías 43:25. Disse Jesus: ‘O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de Meu Pai, e diante de Seus anjos.’” O Grande Conflito, pág. 483.
2. OS REJEITADOS
Os que foram inicialmente aceitos diante de Deus, através da justiça imputada, mas não permaneceram em Cristo, e finalmente pecaram contra o Espírito Santo, não terão aceitação final no juízo.
Desses fala o apóstolo Paulo: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.” Hebreus 6:4-6.
“Na oração de Moisés, nosso espírito é dirigido para os registros celestiais, nos quais estão inscritos os nomes de todos os homens, e fielmente registradas as suas ações, quer sejam boas quer más.
O livro da vida contém os nomes de todos os que já entraram ao serviço de Deus. Se quaisquer destes se afastam dEle, e por uma obstinada persistência no pecado se tornam finalmente endurecidos à influência do Espírito Santo, seus nomes serão no juízo apagados do livro da vida, e eles serão votados à destruição.” Patriarcas e Profetas, pág. 326.
“O homem que foi à ceia sem a veste de bodas representa a condição de muitos hoje em dia. Professam ser cristãos e reclamam as bênçãos e privilégios do evangelho; contudo não sentem a necessidade de transformação de caráter.” Parábolas de Jesus, pág. 314.
Transformação de caráter é a substituição gradual do nosso caráter pelo caráter de Cristo. É a reprodução do caráter de Cristo em nós. Seu caráter (Sua justiça) é imputado e comunicado a nós se permanecemos nEle pela fé. O homem sem o traje de bodas representa a classe de pessoas que são hostis à justiça de Cristo.
“Pecados de que não houve arrependimento e que não foram abandonados não serão perdoados nem apagados dos livros de registro, mas ali permanecerão para testificar contra o pecador no dia de Deus.” A Fé Pela Qual Eu Vivo, pág. 211.
“Embora Deus possa ser justo, e ao mesmo tempo justificar o pecador, pelos méritos de Cristo, homem algum pode cobrir sua alma com as vestes da justiça de Cristo enquanto comete pecados conhecidos ou negligencia conhecidos deveres. Deus requer a completa entrega do coração antes que possa ocorrer a justificação; e, para que o homem conserve essa justificação, tem de haver obediência contínua, mediante ativa e viva fé que opera por amor e purifica a alma.” Fé e Obras, pág. 100.
3. PARA DETERMINAR A RECOMPENSA A SER DADA AOS QUE, TENDO RECEBIDO A JUSTIÇA DE CRISTO, FORAM OBEDIENTES A DEUS
“E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.” Apocalipse 22:12.
“Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.” Apocalipse 20:12.
“Embora não tenhamos mérito em nós mesmos, na grande bondade e amor de Deus somos recompensados como se os méritos fossem nossos. Quando temos feito todo o bem que era possível fazer, somos, ainda, servos inúteis, pois fizemos apenas o que era nosso dever. O que temos realizado tem sido unicamente pela graça de Cristo, e nenhuma recompensa nos é devida da parte de Deus na base de nossos méritos. Mas, pelo mérito de nosso Salvador, cada promessa que Deus faz será cumprida, e cada homem será recompensado segundo as obras.
“A preciosa recompensa do futuro será proporcional à obra de fé e trabalho de amor na presente vida. ‘O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.’ II Coríntios. 9:6.
Devemos ser sobremodo gratos que agora, neste tempo de graça, mediante a infinita misericórdia de Deus, seja-nos permitido semear a semente para nossa colheita futura. Devemos considerar cuidadosamente sobre qual será a colheita. Se a coroa de nosso eterno regozijo irá ser brilhante ou apagada, depende de nosso próprio caminho.” Beneficência Social, págs. 316, 317.
“Que ninguém diga que vossas obras nada têm que ver com vossa categoria e posição diante de Deus. No juízo, a sentença pronunciada será de acordo com o que tenha sido feito ou deixado de fazer. (Mat. 25:34-40).” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 381.
“No juízo será examinado o uso feito de cada talento. Como empregamos nós o capital que nos foi oferecido pelo Céu? Receberá o Senhor à Sua vinda aquilo que é Seu, com juros? Empregamos nós as faculdades que nos foram confiadas, nas mãos, no coração e no cérebro, para a glória de Deus e bênção do mundo? Como usamos nosso tempo, nossa pena, nossa voz, nosso dinheiro, nossa influência? Que fizemos por Cristo, na pessoa dos pobres, aflitos, órfãos ou viúvas? Deus nos fez depositários de Sua Santa Palavra; que fizemos com a luz e verdade que se nos deram para tornar os homens sábios para a salvação? Nenhum valor existe na mera profissão de fé em Cristo; unicamente o amor que se revela pelas obras é considerado genuíno. Contudo, é unicamente o amor que, à vista do Céu, torna de valor qualquer ato. O que quer que seja feito por amor, seja embora pequenino na apreciação dos homens, é aceito e recompensado por Deus.” O Grande Conflito, pág. 487.
“Se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.
Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.” 1 Coríntios 3:12-15.
“Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.” 1 Coríntios 3:8.
“Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” Mateus 5:12.
“Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá o galardão de justo.
E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” Mateus 10: 41, 42.
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.” Lucas 6:35.
“Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.” 2 João 8.
DIFERENTES ESFERAS NA VIDA FUTURA
“Os pastores dizem, às vezes, ao povo, que eles nada precisam fazer senão crer; que Jesus fez tudo, e que suas próprias obras não são nada. Mas a Palavra de Deus afirma claramente que ,no Juízo, tudo será pesado acuradamente, e as decisões se basearão nas provas apresentadas.
“Um homem torna-se governador sobre dez cidades, outro sobre cinco, e outro sobre duas, recebendo cada qual exatamente em proporção com o aumento dos talentos confiados aos seus cuidados.
Nossos esforços em obras de justiça, em nosso próprio benefício e pela salvação de almas, terão decisiva influência sobre nossa recompensa.”
Mensagens Escolhidas, vol 3, pág. 147.
ESTRELAS NA COROA
“Ali, sobre o mar de vidro, os 144.000 ficaram em quadrado perfeito. Alguns deles tinham coroas muito brilhantes; outros, não tanto. Algumas coroas pareciam repletas de estrelas, ao passo que outras tinham poucas. Todos estavam perfeitamente satisfeitos com sua coroa.”Primeiros Escritos, pág. 16.
“Todo o ato bom, praticado pelo povo de Deus, como fruto de sua fé, terá a correspondente recompensa. Como uma estrela difere de outra estrela em glória, assim serão designadas aos crentes diferentes esferas na vida futura.” Testemunhos para Ministros, págs. 428 e 429.
PERDA ETERNA
“Muitos a quem Deus capacitou para fazer trabalho excelente pouco conseguem, porque pouco empreendem. Milhares passam esta vida como se não tivessem alvo definido pelo qual viver, nem norma para alcançar. Os tais receberão recompensa proporcional às suas obras.” Mensagens aos Jovens, pág. 99.
“Todo pecado, toda ação injusta, toda transgressão da lei de Deus influi com mil vezes mais força sobre o praticante do que sobre a vítima. Toda vez que se abusa ou se faz mau uso de uma das gloriosas faculdades com que Deus enriqueceu o homem, essa faculdade perde para sempre uma parte de seu vigor e nunca mais será como era antes de sofrer o abuso. Todo abuso infligido a nossa natureza moral nesta vida é sentido não só no tempo presente, mas, também, na eternidade. Embora Deus perdoe ao pecador, a eternidade não ressarcirá a perda voluntária experimentada nesta vida.
“Ingressar na próxima vida futura destituídos de metade do poder que poderia ser levado para lá é um terrível pensamento.
Os dias de graça perdidos aqui por não adquirir uma habilitação para o Céu constituem uma perda que jamais será recuperada. As capacidades de fruição serão menores na vida futura por causa dos maus-tratos e do abuso das faculdades morais nesta vida. Por mais alto que cheguemos na vida futura, poderíamos elevar-nos cada vez mais se houvéssemos aproveitado ao máximo os privilégios e as áureas oportunidades que nos foram conferidos por Deus para desenvolvermos nossas faculdades no tempo presente, nesta existência probatória.” Este Dia com Deus, pág. 348.
“Esforço e trabalho são necessários da parte do recebedor da graça de Deus; pois é o fruto o que torna manifesto qual a espécie da árvore. Embora as boas obras do homem, sem a fé em Jesus, não sejam de mais valor do que foi a oferta de Caim, contudo, cobertas com o mérito de Cristo, testificam da dignidade do que as pratica, de herdar a vida eterna.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 381 e 382.
SUMÁRIO
O juízo investigativo tem dois objetivos principais:
1) Reivindicar o caráter justo de Deus diante de todo o universo;
2) Revelar diante do universo quem, pelos méritos da justiça
de Cristo, são “considerados dignos” da vida eterna e quem, por
ter rejeitado a graça perdoadora de Deus, estará eternamente