“O primeiro Adão foi criado puro, sem pecado. Nele não havia a mais leve mácula de pecado. Era a imagem de Deus. Podia pecar, e caiu em pecado, por meio da transgressão.” SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1128.
A compreensão da natureza do homem e sua condição antes e depois da queda são de vital importância para que seja compreendido o plano da salvação. No capítulo anterior consideramos a santidade do caráter de Deus, conforme revelado nos princípios de Sua lei. Neste capítulo, analisaremos o caráter e a condição do ser humano. Isto é possível somente quando o homem é estudado à luz da santidade do caráter de Deus, com base nos princípios sagrados de Sua lei.
A CONDIÇÃO DO SER HUMANO ANTES DA QUEDA
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1: 26 e 27.
“Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida.” “O homem deveria portar a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. Somente Cristo é a ‘expressa imagem’ do Pai (Hebreus 1:3), mas o homem foi formado à semelhança de Deus. Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras; os apetites e paixões estavam sob o domínio da razão. Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade.
“Quando saiu das mãos do Criador, o homem era de estatura elevada e simetria perfeita. O rosto trazia a rubra coloração da saúde, e resplendia com a luz da vida e com alegria. A altura de Adão era muito maior que a dos homens que hoje habitam a Terra. Eva era um pouco menor em estatura, contudo suas formas eram nobres e cheias de beleza. O casal, que não tinha pecados, não fazia uso de vestes artificiais. Ambos estavam revestidos de uma cobertura de luz e glória, idêntica à dos anjos. Enquanto viveram em obediência a Deus, esta veste de luz continuou a envolvê-los.” Patriarcas e Profetas, pág. 45.
“Deus fez o homem reto. Deu-lhe nobres traços de caráter, sem nenhum pendor para o mal. Dotou-o de altas capacidades intelectuais, e apresentou-lhe os mais fortes incentivos possíveis para que fosse fiel a seu dever.” Idem, pág. 49.
“Originariamente o homem foi dotado de nobres faculdades e de espírito bem equilibrado. Era um ser perfeito, e estava em harmonia com Deus. Seus pensamentos eram puros, santos os seus intentos.” Steps to Christ, pág. 17.
“O primeiro Adão foi criado puro, sem pecado. Nele não havia a mais leve mácula de pecado. Era a imagem de Deus. Podia cair, e caiu em pecado, por meio da transgressão.” SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1128.
Eis as características e condições de Adão antes da queda:
1. Tinha a imagem de Deus.
2. Era puro, e sem qualquer vestígio de pecado.
3. Não tinha inclinação para o mal, nem propensão para pecar.
4. Era dotado de faculdades nobres, habilidades intelectuais elevadas e mente equilibrada.
5. Tinha saúde perfeita, estatura elevada e simetria perfeita.
6. Sua natureza estava em perfeita harmonia com a vontade de Deus revelada em Sua lei.
7. Ele podia cair.
Para Adão, havia duas grandes possibilidades. Ele podia cair em pecado, pois, ao ser criado, fora dotado de livre arbítrio, como entidade moralmente livre. Igualmente, ele podia obedecer perfeitamente a lei de Deus, pois a natureza com que fora criado estava em harmonia com essa lei.
Embora Adão tivesse sido criado perfeito, dotado de mente equilibrada e traços nobres de caráter, não tinha o caráter desenvolvido, pois este desenvolvimento é resultado de atos e hábitos formados por meio de provações e dificuldades. Eis por que a obediência de Adão precisava ser posta à prova. “[Nossos primeiros pais] também deviam estar expostos às tentações de Satanás. Sem liberdade de opção, sua obediência não teria sido voluntária, mas forçada. Não poderia haver desenvolvimento de caráter.” Patriarcas e Profetas, pág. 49. “Antes da queda, era possível a Adão formar caráter justo pela obediência à lei de Deus.” Caminho a Cristo, pág. 62.
Para Adão, o reclamo divino era obediência perfeita e perene à lei de Deus como condição de vida eterna, condição que ele era capaz de cumprir. Deus o havia criado com habilidades amplas e ilimitadas para satisfazer esse requisito. Portanto, a acusação de Satanás, de que a lei não podia ser obedecida, era grande falsidade.
A CONDIÇÃO DO SER HUMANO APÓS A QUEDA
“Deus fez ao homem reto, mas eles buscaram muitas invenções.” Eclesiastes 7:29.
“Aquele que é vencido fica escravo do vencedor.” 2 Pedro 2:19.
“Pela desobediência, as faculdades [do homem] foram pervertidas. O egoísmo tomou o lugar do amor. Sua natureza tornou-se de tal maneira enfraquecida pela transgressão que lhe era impossível, em sua própria força, resistir ao poder do mal. Fez-se cativo de Satanás.
“Depois de pecar, porém, já não podia encontrar alegria na santida de, e procurou esconder-se da presença de Deus.” Caminho a Cristo, pág. 17.
“Depois de seu pecado, Adão e Eva não mais deviam habitar no Éden. Rogaram encarecidamente para que pudessem permanecer no lar de sua inocência e alegria. Reconheceram que haviam perdido todo o direito àquela morada feliz, mas prometeram que, no futuro, prestariam estrita obediência a Deus. Foi-lhes dito, porém, que sua natureza ficara depravada pelo pecado. Sua força para resistir ao mal estava diminuída, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles. Em sua inocência, tinham cedido à tentação. Então, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para manter sua integridade.” Patriarcas e Profetas, pág. 61.
“Em virtude do pecado, a posteridade [de Adão] nasceu com propen são inerente à desobediência.” SDA Bible Commentary,vol. 5, pág.1128.
“Deus declara: ‘Não há um justo, nem um sequer’. Romanos 3:10. Todos têm a mesma natureza pecaminosa. Todos estão sujeitos a cometer erros. Ninguém é perfeito.” Nos Lugares Celestiais, pág. 292.
Há um contraste aberto entre a condição de Adão antes e depois da queda:
1. Não mais refletia a imagem de Deus.
2. Tendo a consciência pesada pela culpa, tornou-se manchado pelo pecado.
3. Suas faculdades tornaram-se pervertidas e sua mente desequilibrada.
4. Tornou-se sujeito à enfermidade, sofrimento e morte.
5. Sua natureza foi depravada pelo pecado.
6. Adquiriu propensão à desobediência.
Com a natureza depravada, pecaminosa, em inimizade contra a lei de Deus, e com propensões inerentes à desobediência, pode o homem, por si mesmo, render obediência perfeita a essa lei? Obviamente não.
“Visto que somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual possamos satisfazer às exigências da lei de Deus.” Steps to Christ, pág. 62.
“A lei requer justiça — vida justa, caráter perfeito. Isso o homem não tem para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina.” O Desejado de Todas as Nações. pág. 762.
“Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne — ou seja, ela não podia justificar o homem, porque em sua natureza pecaminosa este não a poderia guardar.” Patriarcas e Profetas, pág. 373.
“Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” Romanos 8:7.
Portanto:
“Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” Romanos 3:10-12.
“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.” Isaías 64: 6.
“Por nós mesmos não podemos nos prover das vestes de justiça. Diz o profeta: ‘Todas as nossas justiças são como trapo da imundícia.’ Isaías 64:6. Não existe em nós coisa nenhuma com a qual possamos vestir o caráter, de modo que não apareça sua nudez.”Para Conhecê-Lo, pág. 302.
“Com as seguintes palavras, o profeta Oséias indicara o que constitui a própria essência do farisaísmo: ‘Israel é uma videira estéril; dá fruto para si mesmo’. Oséias 10:1 –Versão Trinitariana. Em seu pretenso serviço a Deus, os judeus estavam, na verdade, trabalhando para o próprio eu. Sua justiça era fruto de seus próprios esforços para guardar a lei, segundo suas próprias idéias, e para seu benefício pessoal, egoísta. Por isso, a justiça deles não podia ser melhor que eles mesmos. Em seu esforço por se tornarem santos, procuravam tirar uma coisa pura de outra imunda. A lei de Deus é santa como Ele próprio é santo, perfeita como Ele é perfeito. Ela apresenta aos homens a justiça de Deus. É impossível ao homem, de si mesmo, guardar essa lei, pois a natureza do homem é depravada, deformada, e inteiramente diversa do caráter de Deus. As obras do coração egoísta são como coisa imunda.” ‘Todas as nossas justiças são como trapo da imundícia’. Isaías 64:6.” O Maior Discurso de Cristo, pág. 54.
“A exemplo de Nicodemos, é possível que nos tenhamos lisonjeado com a idéia de que nossa vida tem sido justa, nosso caráter moral reto, julgando não termos necessidade de humilhar diante de Deus o coração, como o pecador vulgar. Quando a luz de Cristo nos ilumina a alma, porém, vemos o quanto somos impuros. Discernimos o egoísmo dos nossos motivos, nossa inimizade contra Deus, que têm maculado todos os atos de nossa vida. Então, reconheceremos que nossa justiça própria é, na verdade, como trapos imundos.” Conflict and Courage, pág. 292.
O homem não é pecador somente em virtude de suas ações pecaminosas, pois estas são resultado de sua natureza pecaminosa. Ele peca porque é pecador. Davi reconheceu isso quando declarou: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” Salmos 51:5.
Paulo confirmou o mesmo fato quando admitiu: “Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. ... Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.” Romanos 7:20, 22 e 23.
“Existe, em cada coração, não apenas poder intelectual, mas espiritual: percepção do que é reto, anelo de bondade. Contra estes princípios, porém, há um poder contendor, antagônico. O resultado de ter comido da árvore da ciência do bem e do mal é manifesto na experiência de todo homem. Em sua natureza há um pendor para o mal, uma força à qual, sem auxílio, ele não poderá resistir. Para opor resistência a esta força, para atingir aquele ideal que, no íntimo de sua alma, ele aceita como o único digno, não pode encontrar auxílio senão em um poder. Esse poder é Cristo.” Educação. pág. 29.
ABISMO INTRANSPONÍVEL
Pela transgressão da lei, o homem ficou diante de um abismo intransponível. A condição única e imutável de vida eterna é obediência perfeita e constante à lei de Deus. Entretanto, em virtude do pecado, o homem separou-se de Deus, pondo-se numa situação em que, por si mesmo, não há a mais leve possibilidade de obedecer a lei. E Deus aceita somente obediência completa.
“É-nos impossível, por nós mesmos, escapar ao abismo do pecado em que estamos mergulhados. Nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar. ‘Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!’ Jó 14:4. ‘A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser’. Romanos 8:7. Educação, cultura, exercício da vontade, esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração. São incapazes de purificar as fontes da vida.” Caminho a Cristo, pág. 18.
“Se juntássemos tudo que é bom e santo, nobre e belo no homem, e apresentássemos o resultado aos anjos de Deus, como parte na salvação da alma humana ou na obtenção de mérito, a proposta seria rejeitada como traição.” Fé e Obras, pág. 24.
“Torne-se distinto e claro o assunto de que não é possível efetuar coisa nenhuma em nossa posição diante de Deus, ou no dom de Deus para nós, por meio do mérito de seres criados. Se a fé e as obras adquirissem o dom da salvação para alguém, o Criador estaria em obrigação para com a criatura. Eis aqui uma oportunidade para a falsidade ser aceita como verdade. Se alguém pode merecer a salvação por alguma coisa que faça, encontra-se, então, na mesma posição dos católicos, para fazer penitência por seus pecados. Nesse caso, a salvação consiste, em parte, numa dívida que pode ser quitada com o pagamento. Se o homem não pode, por qualquer de suas boas obras, merecer a salvação, então ela tem de ser inteiramente pela graça recebida pelo homem, como pecador, porque ele aceita a Jesus e crê nEle. A salvação é inteiramente dom gratuito. A justificação pela fé está fora de controvérsia. Toda essa discussão estará terminada logo que seja estabelecida a questão de que os méritos do homem caído, em suas boas obras, jamais poderão garantir para ele a vida eterna.” Fé e Obras, pág. 19. e 20.
“Como é possível para mim a salvação?” Convém lembrar: Sal vação é uma impossibilidade humana. Nosso consolo único é saber que “os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.” Lucas 18:27.
SUMÁRIO
“Deus fez o homem reto. Concedeu-lhe traços nobres de caráter, sem nenhum pendor para o mal. Dotou-o de capacidades intelectuais elevadas, e apresentou-lhe os mais fortes incentivos possíveis para que fosse fiel a seu dever.” Patriarcas e Profetas, pág. 49.
“O homem foi originariamente dotado de faculdades nobres e de espírito bem equilibrado. Era perfeito, e estava em harmonia com Deus. Seus pensamentos eram puros, santos os seus intentos.” Steps to Christ, pág. 17.
“O primeiro Adão foi criado puro, sem pecado. Nele não havia a mais leve mácula de pecado. Era imagem de Deus. Podia pecar, e caiu em pecado, por meio da transgressão.” SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1128.
“A desobediência de Adão fez com que suas faculdades se tornassem pervertidas. O egoísmo tomou o lugar do amor. Sua natureza tornou-se de tal maneira debilitada em virtude da transgressão que lhe era impossível, em sua própria força, resistir ao poder do mal. Tornou-se cativo de Satanás... Depois de haver pecado, o homem não mais encontrou prazer na santidade. Procurou ausentar-se da presença de Deus.” Idem, pág. 17.
“Depois de seu pecado, Adão e Eva não mais deviam habitar no Éden. Rogaram encarecidamente para que pudessem permanecer no lar de sua inocência e alegria. Reconheceram que haviam perdido todo o direito àquela morada feliz, mas prometeram que, no futuro, prestariam estrita obediência a Deus. Foi-lhes dito, porém, que sua natureza ficara depravada pelo pecado. Sua força para resistir ao mal estava diminuída, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles. Em sua inocência, tinham cedido à tentação. Então, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para manter sua integridade.” Patriarcas e Profetas, pág. 61.
“Em virtude do pecado de Adão, sua posteridade nasceu com propensões inerentes para a desobediência.” SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1128.
“Visto que somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual possamos satisfazer às exigências da lei de Deus.” Steps to Christ, pág. 62.
“A lei requer justiça — vida justa, caráter perfeito. Isso o homem não tem para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 762.
IMAGEM SANTUÁRIO
A salvação do homem depende da morte de Cristo na cruz e da intercessão que Jesus faz no santuário celestial.