Texto: Rute 1:20 “Não me chameis Noemi, Chamai-me de Mara porque grande amargura me tem dado o Todo-poderoso”.
Dinâmica: Iniciar o sermão com uma dinâmica. Colocar duas caixas de presentes na frente da congregação: Confeccionar uma caixa grande e colocar lembrancinhas para as mulheres e uma caixa pequena vazia. Ambas deverão conter um laço de fitas como se fosse um verdadeiro presente, que chame atenção.
Apresento às irmãs dois presentes. Gostaria de saber quem deseja ganhar um desses presentes? Agora fiquem de pé as irmãs que acham que merecem ganhar o presente menor. Agora fiquem de pé as irmãs que acham que merecem ganhar o presente maior.
Talvez a maioria vai escolher o presente maior, entretanto pergunte: Por que vocês escolheram o presente menor? Por que vocês escolheram o presente maior? A escolha, obviamente, foi feita em base do valor: quanto maior a caixa, maior o presente, mais valor ele tem.
Nós somos comparadas a essas duas caixas de presentes. Deus nos fez como um presente ao mundo, à sociedade, aos amigos, à igreja e à nossa família. Entretanto, a maioria de nós, se sente assim (mostrar a caixa de presente pequena e abri-la): pequenas, vazias, sem direção, sem utilidade e sem valor. Não nos damos o valor que temos. Sempre achamos que somos inferiores e que outras pessoas valem muito mais do que nós e por isso são muito mais importantes, e, em meio a tudo isso, o amor próprio, o valor próprio é esquecido.
Agora eu quero que você veja que essa “auto desvalorização” não é algo novo na nossa sociedade e nem algo que você acredita que pertence só a você. Abra a sua Bíblia em Rute 1. Mas não é sobre Rute que queremos falar, vamos nos deter no que a Bíblia diz sobre uma mulher chamada Noemi.
Dizer que as coisas “não deram certo” para Noemi é suavizar a realidade. A fome expulsou a sua família da terra natal. Como refugiados em outro país, não estavam familiarizados com a língua e outros costumes. Mas logo tiveram que se adaptar e sobreviver como acontece com a maioria dos refugiados.
Nesse cenário logo veio uma súbita tragédia. Seu esposo morreu. Longe de casa, de repente ficou viúva e foi deixada com dois filhos para cuidar. Os meninos, ainda jovens, logo se adaptaram ao estilo de vida de Moabe e finalmente se casaram com moças dali. Por algum tempo, a vida de Noemi voltou ao normal, com filhos, noras e a promessa da breve chegada dos netinhos.
Mas, pela segunda vez, a tragédia atacou a sua família. Os dois filhos de Noemi morreram. De repente, ela e suas noras eram três viúvas em uma sociedade em que a mulher precisava da proteção do homem para sobreviver. Sem marido e sem filhos, não tinha renda, posição social e nem futuro. Noemi experimentou a amargura de uma mãe ao ter que sepultar seus dois filhos. Também passou pela dura experiência do sentimento de fraqueza ao perder sua identidade e suas esperanças quanto ao futuro.
Quando Noemi decidiu voltar ao seu lar em Israel, suas noras quiseram ir com ela. Como boa sogra, ela conversou e pediu que ficassem em Moabe e se casassem novamente. Ainda eram jovens; tinham a esperança de reconstruir suas vidas. Ela disse:
Rute 1:13 “Para mim é mais amargo do que para vocês, pois a mão do Senhor voltou-se contra mim.”
Noemi não teve uma atitude positiva. Acreditava que Deus estava contra ela. Pelo que podia ver, sua vida era como um navio a naufragar, e Rute e Orfa deveriam sair do navio o quanto antes.
Ouvimos muito falar sobre o poder do pensamento positivo. Palestras motivacionais, programas, livros e pregadores cristãos nos dizem que, se encararmos a vida com otimismo, de uma perspectiva positiva, as coisas melhorarão para nós. Em sua forma mais extrema, essa filosofia prega que, se visualizarmos resultados positivos em nossa vida, certamente coisas boas nos sobrevirão.
Talvez não houvesse palestrantes motivacionais em Israel ou em Moabe por volta no ano 1100 A.C. A vida para muitos, como ocorrem em vários países atualmente, era uma simples questão de sobrevivência. A maioria, tanto hebreus como pagãos, criam que se as coisas iam bem era um sinal de que os deuses estavam abençoando. Se você estivesse sofrendo dor e passando por situações difíceis, isso significava que os deuses tinham dado as costas para você ou estavam punindo pelos pecados cometidos.
Noemi certamente acreditava que fosse assim. A fome, o exílio, a perda do marido e dos filhos – tudo apontava para um triste cenário. Ela não tentava dar um ar positivo ou procurava ver o lado bom. Quando chegou em sua cidade natal, Belém, acompanhada de Rute, a persistente nora, Noemi deixou bem claro o que estava sentindo.
Rute 1:20, 21 “Não me chamem Noemi” ela falou aos seus antigos vizinhos, “melhor que me chamem de Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida muito amarga! De mãos cheias eu parti, mas de mãos vazias o Senhor me trouxe de volta. Por que me chamas Noemi? O Senhor colocou-se contra mim! O Todopoderoso me trouxe desgraça!”
Noemi rejeitou seu nome, que significa “agradável, doce”. Os nomes tinham muito significados em sua cultura e, ao buscar um nome que refletisse as circunstâncias atuais, ela escolheu Mara, que quer dizer “amarga”.
Noemi se sentia amarga, tinha pensamentos negativos, não via em si nenhum valor. Estava com uma visão de vida totalmente obscurecida. Pelos padrões modernos de sucesso, Noemi estava destinada ao fracasso.
Talvez tenha alguém aqui que esteja se identificando com essa mulher. Talvez você já tenha pensado em desistir. Talvez você nem saiba dizer quem você é e para que propósito Deus te escolheu para estar aqui hoje. Mas quando você dobra o seu joelho e clama a Deus e diz: Senhor, eu não quero ser vítima do meu pensamento negativo. Eu não fui criada para ser presa da minha própria vida. Eu entrego os meus maus pensamentos aos teus pés. Me dê uma vida nova, um novo coração. Reaviva em mim o Teu amor. Então, o amor de Deus se faz real em nossas vidas, o amor que é maior do que tudo. E quando você abre o seu
coração para ouvir a voz de Deus, Ele nos faz perceber o quanto Ele nos ama, e o quão importante e útil nós somos. Não se desvalorize, pois para Deus, o seu valor e a sua importância são tão grandes que Ele deu o seu único Filho para morrer em seu e em meu lugar pagando pelos nossos pecados.
Mas Noemi confiava em Deus! Ela era uma mulher de fé!
Isso prova que, mesmo que tenhamos fé, as aflições da vida podem nos fazer desacreditar que Deus nos criou para um propósito. Que Ele nos valorizou a ponto de ter o nosso nome escrito nas palmas das suas mãos.
Em meio ao desânimo e ao descrédito, uma atitude positiva fez a vida de Noemi mudar. Ela teve uma brilhante ideia para sustentar sua pequena família. Recolhendo os grãos que caíam dos campos Rute chamava a atenção de Boás. Noemi incentivou Rute com bons conselhos ela se casou com Boás e pode finalmente segurar um neto em seus braços.
Um conhecimento básico da psicologia humana mostra que pessoas otimistas e positivas tem mais sucesso do que aquelas que saem por aí dizendo: “Podem me chamar de “Mara!” Deus virou as costas para mim!”
Todas nós temos nossos dias de “Amarga”, de estar pra baixo, de nos sentirmos uma caixa de presente vazia, sem valor. Mas nestes dias em que nos sentimos como “Mara”, quando sentimos como se Deus tivesse virado as costas, quando não conseguimos reunir forças para expressar um pensamento otimista para salvar nossa vida, Deus ainda é o nosso resgatador. Ele cuida de nós, independente de sermos otimistas ou não, ou, se temos vontade se sermos chamadas de Mara ou Noemi. Mesmos nas horas mais escuras, quando bater o desespero, contanto que estejamos abertas a sermos guiadas por Ele, receberemos Suas bênçãos.
PEGAR A CAIXA PEQUENA DE PRESENTE E DIZER: Se para você hoje é um dia de “Mara”, se você vê sua caixinha de presente tão pequena e vazia, se ainda se sente desanimada, amarga e sem esperança... (ABRIR A CAIXA E MOSTRAR QUE ESTÁ VAZIA) ...não desista! Deus está ao seu lado, Ele cuida de você e a vê como uma mulher tão valiosa que escolheu dar seu Filho para morrer unicamente por você e para que você seja uma mulher vitoriosa.
PEGAR A CAIXA GRANDE DE PRESENTE E DIZER: Mas se hoje você acordou, se olhou no espelho e viu uma caixa de presente cheia de alegria, fé e esperança para o futuro, parabéns! (ABRIR A CAIXA E MOSTRAR QUE ESTÁ CHEIA) Tenha uma atitude positiva e seja uma benção aos outros.
Deus ama tanto a Mara quanto a Noemi.
Abra hoje o seu coração e receba as bênçãos de Deus, pois nada é tão importante quanto aceitar que você foi criada para honra e glória de Deus. Amém!
Obs.: Convidar a equipe do departamento da mulher para distribuir as lembrancinhas enquanto há a apresentação de um louvor especial ou congregacional. Pode-se também entregar as lembrancinhas na saída.
Raquel Lage
Ministério da Mulher/União sul