Semeando a Colheita

 Quando pensamos  nos diversos tipos de pecados contra o próximo há alguns que julgamos serem intoleráveis e repugnantes; ao passo que outros tipos são muitas vezes passados por alto ou considerados como não tão perigosos ou maléficos. A Bíblia nos mostra através de vários relatos, histórias de pessoas que sofreram muito por causa de um tipo de pecado, que é pouco referido em nossos dias. Qual será?

“A inveja é mais perigosa e cruel do que a ira e o ódio.” (Provérbios 27:4) Isso mesmo, a inveja! Por que será que o sábio Salomão chegou a esta conclusão? Primeiramente, devemos lembrar que são palavras inspiradas por Deus. A inveja é um sentimento que pode ser facilmente dissimulado e ocultado por um tempo, mas suas consequências são altamente destrutivas na vida de quem dá lugar a ela em seu coração. A pessoa que alimenta inveja de alguém, pode ser levada a cometer atos que teria horror em pensar, se percebesse a tempo o caminho que está tomando. Salomão ainda enfatiza: “O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos.” (Provérbios 14:30). As emoções negativas como inveja, podem levar à morte física e espiritual.

Encontramos na Bíblia pessoas que sofreram absurdamente em consequência da inveja de alguém ou de alguns, que tornaram-se tão cegos e cruéis a ponto de desejar a morte do próximo. Podemos lembrar de José e seus irmãos; Daniel em Babilônia; Davi que foi perseguido por Saul; Moisés que sofreu também por causa da inveja de seus próprios irmãos, e Jesus que sofreu a inveja e ciúmes dos cruéis fariseus. Será que em nossos dias, isso ainda existe, no meio de mulheres que professam conhecer a Palavra de Deus?

“Não é a oposição do mundo o que mais ameaça a igreja de Cristo. É o mal abrigado no coração dos crentes que acarreta suas mais graves derrotas, e mais seguramente retarda o progresso da causa de Deus. Não há maneira mais certa de debilitar a espiritualidade que acariciar a inveja, a suspeita, a crítica e as vis desconfianças.” Atos dos Apóstolos, p.549

“Qual a semente, tal será a colheita. Se semeamos desconfiança, inveja, ciúmes, amor-próprio, pensamentos e sentimentos amargos, havemos de ceifar amargura para nossa própria alma.” Conselhos aos Pais Professores e Estudantes, p. 93 “A inveja não é meramente uma perversidade do temperamento, mas uma indisposição que perturba todas as faculdades. Começou com Satanás. Ele desejou ser o primeiro no Céu e, como não alcançasse todo o poder e glória que buscava, rebelou-se contra o governo de Deus. Invejou nossos primeiros pais, tentando-os ao pecado, e assim os arruinou, e a todo o gênero humano.” Conselhos sobre Educação, p. 87 “O invejoso fecha os olhos às boas qualidades e nobres ações dos outros. Está sempre pronto a desprezar e representar falsamente aquilo que é excelente. Os homens muitas vezes confessam e abandonam outras faltas; do homem invejoso, porém, pouco se pode esperar... O invejoso espalha veneno aonde quer que vá, separando amigos, e suscitando ódio e rebelião contra Deus e o homem. Procura ser considerado o melhor e o maior, não mediante heroicos e abnegados esforços por alcançar ele mesmo o alvo da excelência, mas sim ficando onde está e diminuindo o mérito dos outros.” (Idem)

“Todos os que creem na verdade para este tempo devem deixar de lado suas divergências; deixai de lado a inveja, a maledicência e as ruins suspeitas. Uni-vos! Uni-vos! "Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração, uns aos outros ardentemente." I Ped. 1:22.” General Conference Bulletin, 28 de fevereiro de 1893.

“Todo o que ama a causa da verdade, deve orar pelo derramamento do Espírito. E o quanto estiver em nosso alcance, cumpre-nos remover todo obstáculo à Sua operação. O Espírito não poderá nunca ser derramado enquanto os membros da igreja nutrirem desarmonia e amargura uns contra os outros. Inveja, ciúmes, ruins suspeitas e maledicências, são coisas de Satanás, e barram eficazmente o caminho à operação do Espírito Santo.” E Recebereis Poder, p. 303. Que as palavras de Davi sejam a nossa oração no silêncio da alma: “Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme!” Salmos 51:10

Micilene Machado

Feira de Santana - BA