O massacre de 1655
- Em: História
- Por: Pasquale Lemmo
A CONDIÇÃO DOS VALDENSES, NO ANO - 1630
Um século depois de estarem ligados ao sistema de fé protestante da Suíça, os valdenses absorveram muito das virtudes dos reformadores protestantes, e também foram afetados pelo espírito de conformidade em relação à doutrina, que moldava o caráter dos protestantes daquela época. Como disse o pastor puritano aos peregrinos que estavam para embarcar para os Estados Unidos. Ele os exortou para que se mantivessem em uma relação de aliança com Deus; que Deus tinha ainda mais luz para o Seu povo; e que eles não deviam ser afetados com os mesmos erros dos luteranos e calvinistas de seu tempo ( cerca do ano 1612), que não iam além da compreensão da verdade alcançados pelos grandes reformadores, Lutero e Calvino. A exemplo dos luteranos e calvinistas, também os valdenses foram afetados pelo conformismo à teoria da fé recebida.
MOSHEIM, COMENTA
- Os descendentes dos valdenses que viviam encerrados nos vales do Piemonte foram levados por sua proximidade da França e Genebra a aceitar suas doutrinas e cultos. Contudo eles conservaram muitas de suas antigas regras de disciplina, até o ano 1630.
Nesse ano a maior parte dos valdenses foram dizimados pela pestilência, e seus novos pregadores que obtiveram da França, regularam seus assuntos de acordo com o modelo da Igreja Reformada Francesa. - Mosheim, Institutes of Ecclesiastical History; Livro 4, pág. 25
O GRANDE MASSACRE, - 25/1/1655
Os valdenses sofreram perseguições nos anos 1534 e 1560,1561, mas seus inimigos foram rechaçados. Quase um século depois um grande massacre quase que exterminaria os valdenses do piemonte.
FROOM, COMENTA
-Por um edito autorizado pelo duque de Savoy, que era também príncipe dos vales do Piemonte, de 25 de Janeiro de 1655:
1. Todos os valdenses foram exigidos de se tornarem católicos ou abandonar suas propriedades e deixar a melhor porção de seus vales dentro de poucos dias sob penas de morte - e insto terrível inverno dos Alpes.
2. Em 17 de abril, 15000 das tropas de Pianozzo marcharam para os vales, e no dia 24 começaram as terríveis atrocidades: Massacres, torturas e escravidão era o terrível destino. As batalhas continuaram nos meses de maio, junho e julho, quando um exército de 18000 investiram contra La Torre. O grande monte Castelluzzo estando à entrada dos vales, com sua base coberta com florestas, e seu pico uma massa de pedra, tinha uma caverna bem a sua frente, na qual centenas de valdenses se refugiaram, apenas para ser caçados pelos perseguidores e lançados do terrível precepício. Assim Castelluzzo tornou-se um grande monumento dos mártires valdenses. -
CLINTOCK E STRONG, COMENTAM
- Em 1655 a perseguição irrompeu novamente, e se todos os Estados protestantes não tivessem intervindo, um completo extermínio dos valdenses teria sido o resultado. - Cyclopedia, art. waldenses
Ocorreram terríveis massacres, inacreditáveis atos de perfídia, vilas queimadas, crianças tiradas de suas mães e lançadas nas rochas, multidões de fugitivos dirigindo-se às fronteiras - tais revoltantes atos como estes seguiram-se um após outro.
"Milhares de hereges, velhos mulheres e crianças, foram enforcados, esquartejados, esmagados nas rochas, queimados vivos e suas propriedades confiscadas para o benefício do Rei e da Santa Sé. " - Thompsom, The Papacy and the Civil Power, pág. 416
O governo inglês sob a administração de Cromwell intervém, buscando mediar uma solução. Sir. Samuel Morland como representante oficial do governo britânico, visita os vales:Suas palavras são comoventes:
A DESCRIÇÃO DE MORLAND DA SITUAÇÃO
- Ele visitou os vales e viu a situação com seus próprios olhos e escreveu ao duque de Savoia em um poderoso apelo que inclui estas palavras:
-Os anjos estão surpreendidos com horror! os homens espantados! O próprio Céu parece chocado com o choro de homens morrendo. E a própria Terra envergonhada, sendo descolorida pelo sangue de tantas inocentes pessoas! Não haverás Tu oh! Altíssimo Deus de vingar tão grande impiedade! Que o Teu sangue oH! Cristo, lave este sangue. -
JOÃO MILTON, O POETA - UM POEMA DESSE MASSACRE
- Vinga, oh! Senhor a matança de Teus santos, cujos ossos acham-se espalhadas sobre as frias montanhas alpinas; Sim eles que guardaram a Tua verdade tão pura da antigüidade, enquanto nossos pais adoravam pedras. Lembra-Te continuamente, em Teu Livro de Registro de suas agonias, esses que eram Tuas ovelhas, e em seu antigo redil; esses que foram mortos pelos sanguinários piamonteses que lançaram mães e crianças que foram despedaçados nas rochas. Os gemidos, dos vales ecoando para as colinas e das colinas para o Céu. O sangue dos mártires e suas cinzas estão ainda nos campos italianos, por causa do tríplice tirano: para que possam frutificar cem por um, e exortar aqueles que aprenderam Teu caminho, a fugir dos ais de Babilônia o mais depressa possível. -
WILLIAM BEATTIE, DESCRIÇÃO DO MASSACRE E EXÍLIO
- Eles preferiam o exílio e confiscação do que negar a verdade. Eles pereceram nas prisões, pela fome e por uma série de crueldades que nos comovemos diante de tal espetáculo.
Quando finalmente eles foram expulsos de seus lares e expostos aos horrores do frio dos Alpes, onde muitos morreram, e muitos sofreram sobre seus amigos que expiravam. O remanescente ainda se consolava com o pensamento de que exilados e mártires, mas não apóstatas! Assim eles se sentiam - pois nenhuma outra coisa podia sustentá-los sob tão grande miséria, do que o sentimento de que embora muitos houvessem selado seu testemunho com seu sangue, uma mão invisível os estava ainda guiando para cima, e que a época da restauração havia de chegar: “Eram perseguidos mas não esquecidos; derribados mas não destruídos. "
Estes expatriados remanescentes, que conseguiram escapar, foram alegremente recebidos pelos Estados Protestantes da Suíça, Alemanha e Holanda; onde as histórias das perseguições que o povo valdense sofreu por séculos - despertou a caridade fraternal nesses países. Aqui eles foram recebidos com braços abertos, respeitados como homens, adotados como cidadãos, honrados por sua fé e integridade. -
E. G. WHITE, COMENTA O PRECIOSO LEGADO DE PERSEVERANÇA NA FÉ E NA PERSEGUIÇÃO NOS FOI DEIXADO PELOS VALDENSES
- As perseguições desencadeadas durante muitos séculos sobre este povo temente a Deus, foram por eles suportadas com uma paciência e constância que honravam seu Redentor. Apesar das cruzadas contra eles e da desumana carnificina a que foram sujeitos, continuavam a mandar seus missionários a espalhar a preciosa verdade. Eram perseguidos até à morte; contudo, seu sangue regava a semente lançada, e esta não deixou de produzir fruto. Assim os valdenses testemunharam de Deus, séculos antes do nascimento de Lutero. Dispersos em muitos países, plantaram a semente da Reforma que se iniciou no tempo de Wiclef, cresceu larga e profundamente nos dias de Lutero, e deve ser levada avante até ao final do tempo por aqueles que também estão dispostos a sofrer todas as coisas pela "Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo. "Apc. 1:9. O Grande Conflito, pág. 75