Série Salvos pela Graça - a perfeição das duas naturezas de Cristo
- Em: Teologia
- Por: Davi Paes Silva
“Que Cristo fosse tentado em tudo como somos tentados e contudo permanecesse sem pecado é um mistério que não pode ser explicado aos mortais. A encarnação de Cristo sempre foi e sempre será um mistério. O que foi revelado é para nós e para nossos filhos. Seja alertado cada ser humano a respeito de tornar Cristo inteiramente humano, exatamente como um de nós; isso não pode ser. Não é necessário sabermos o tempo exato quando a humanidade se fundiu com a divindade. Devemos conservar nossos pés na Rocha Cristo Jesus, como Deus revelado na humanidade.” SDA Bible Commutary, vol. 5, págs. 1128, 1129.
Alguém disse acerca de Jesus Cristo: “É o ponto de encontro da eternidade e o tempo, mescla da deidade e a humanidade, junção do Céu e a Terra.” (Anônimo)
S. D. Gordon disse que “Cristo é Deus soletrando a Si mesmo em linguagen que o homem possa compreender.”
A compreensão correta da perfeição e completa ausência de pecado em ambas as naturezas de Cristo (divina e humana) é vital para a boa compreensão do plano da salvação. É igualmente importante entendermos a natureza pecaminosa dos descendentes de Adão. A compreensão falha acerca da natureza de nosso Salvador conduz à má compreensão do plano da salvação. Este é o ponto no qual têm tropeçado muitos homens de destaque pelos estudos que têm realizado acerca da salvação. Portanto, precisamos estudar o assunto com humildade, em atitude de oração, para que o Espírito Santo nos oriente a fim de que não cometamos os mesmos erros daqueles.
Cristo é Deus pleno
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nEle, e a vida era a luz dos homens.” João 1:1-4.
“Enquanto a Palavra de Deus fala da humanidade de Cristo quando Ele esteve na Terra, fala, também, positivamente, de Sua preexistência. A Palavra existia como ser divino, mesmo como o Eterno Filho de Deus, em união e unidade com Seu Pai. Desde a eternidade Ele fora o Mediador do concerto, Aquele em quem todas as nações da Terra, tanto judeus como gentios, caso O seriam abençoados. ‘O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus’.
João 1:1. Antes que os homens ou os anjos fossem criados, o Verbo estava com Deus e era Deus. O Mundo foi criado por Ele. ‘Sem Ele, nada do que foi feito se fez’. (João 1:3). Se Cristo criou todas as coisas, Ele existia antes de tudo. As palavras proferidas a esse respeito são de tal maneira incisivas que ninguém precisa ser deixado em dúvida. Cristo era Deus em essência, e no sentido mais elevado. Ele estava com Deus desde a eternidade, Deus sobre tudo, bendito para todo o sempre.
“O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desdea eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Era Ele a glória excelente do Céu. Era o Comandante dos seres celestes, a homenagem e adoração dos anjos era por Ele recebida como de direito. Isto não era usurpação em relação a Deus...
“Há luz e glória na verdade de que Cristo era Um com o Pai antes de terem sido lançados os fundamentos do Mundo. Esta é a luz que brilhava em lugar escuro, fazendo-o resplandecer com a glória divina original. Esta verdade, infinitamente misteriosa em si, explica outros mistérios e verdades que, de outra maneira, não poderiam ser esclarecidos. Ao mesmo tempo, reveste-se de luz inacessível e incompreensível.”
Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 247 e 248.
“Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era Um com o eterno Pai — Um em natureza, caráter, propósito —, o único Ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus. ‘O Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz’. Isaías 9:6. Suas ‘saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. Miquéias 5:2.” Patriarcas e Profetas, pág. 34.
“O Filho de Deus partilhava do trono do Pai. A glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos.” Idem, pág. 36.
“ ‘Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU’. João 8:58. Aqui Cristo lhes mostra que, embora calculassem que Sua vida tinha menos de 50 anos, Sua vida divina não podia ser calculada pelo cômputo humano. A existência de Cristo, antes de Sua encarnação, não é medida por algarismos.” Signs of the Times, 3 de maio de 1899.
“ ‘Antes que Abraão existisse, EU SOU .’ Cristo é preexistente, auto-existente, Filho de Deus. A mensagem que Ele deu a Moisés, que devia ser transmitida aos filhos de Israel, era: “Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós’. Êxodo 13:14.
“O profeta Miquéias escreveu a respeito dEle: ‘E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será
Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.’ Miquéias 5:2.
“Ele era igual a Deus, infinito e onipotente. ... É o Filho eterno, existente por si mesmo.” Exaltai-O, pág. 17.
“Nunca dantes os judeus tinham ouvido tais palavras de lábios humanos. Acompanhava-as influência persuasiva, pois parecia que a divindade irrompeu através da humanidade quando Jesus disse: ‘Eu e o Pai somos Um’. ... As palavras de Cristo estavam plenas de profundo significado quando expôs a reinvidicação de que Ele e o Pai eram da mesma substância, possuindo os mesmos atributos.” Signs of the Times, 27 de novembro de 1893.
“Todavia, o Filho de Deus era o reconhecido Soberano do Céu, igual ao Pai em poder e autoridade.” O Grande Conflito, pág. 495.
“Jesus declarou: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’. Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. ‘Quem tem o Filho tem a vida’. 1 João 5:12. Para o crente, a divindade de Cristo é a certeza de vida eterna.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 530.
“O Redentor do mundo era igual a Deus. Sua autoridade era como a autoridade de Deus. Ele declarou que não tinha existência independente do Pai. A autoridade pela qual Ele falava, e operava milagres, era expressamente Sua própria, todavia Ele nos afirma que Ele e o Pai são Um.” Review and Herald, 7 de janeiro de 1890. “Falando de Sua preexistência, Cristo conduz a mente através de séculos incontáveis. Declara-nos que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus. Aquele cuja voz os judeus estavam, então, ouvindo, estivera com Deus como Alguém que vivera sempre com Ele.” Signs of the Times, 29 de agosto de 1900.
“Mas, acerca do Filho, Deus diz: ‘O Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino.
Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso, Deus, o Teu Deus, Te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos Teus companheiros. Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das Tuas mãos; eles perecerão; Tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; Tu, porém, és o mesmo, e os Teus anos jamais terão fim’. Hebreus 1:8-12.
“Desde a eternidade, Cristo esteve unido ao Pai e, quando assumiu a natureza humana, era ainda Um com Deus. É Ele o elo que une, a Deus, a humanidade.” Mensagens Escolhidas, vol. 1 pág. 228.
Esses textos revelam que Cristo sempre foi, é e será Deus em essência, possuindo todos os atributos da divindade. Ele é igual ao Pai em poder, autoridade, natureza, substância e caráter. Sendo existente por Si mesmo, tem vida original, não emprestada. A revelação de que a vida dEle não pode ser computada humanamente, pois jamais houve tempo em que Ele não existisse, sim, essa revelação nos protege contra a perigosa heresia do Arianismo.
COMPLETA AUSÊNCIA DE PECADO (HOMEM PERFEITO)
“E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai.” —João 1:14.
“A doutrina da encarnação de Cristo em carne humana é mistério – ‘O mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações.’ Colossenses 1:26. É o grande e profundo mistério da piedade. ‘O Verbo Se fez carne e habitou entre nós.” João 1:14. Cristo tomou sobre Si a natureza humana, inferior à Sua natureza celestial. Nada revela tanto a maravilhosa condescendência de Deus, como esse ato dEle. ‘Amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito’. João 3:16. João apresenta esse admirável assunto com tal simplicidade que todos podem entender as idéias expostas.
“Cristo não fingiu ter assumido a natureza humana. Ele, de fato, a tomou sobre Si. Em realidade, possuiu a natureza humana. ‘Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas’. Hebreus 2:14. Ele era o Filho de Maria; era da semente de Davi, segundo a descendência humana. É declarado ser Homem, o Homem Cristo Jesus. Paulo escreve: ‘Ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou’. Hebreus 3:3.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 247.
O fato de que “Cristo não fingiu ter assumido a natureza humana” nos torna imunes quanto ao erro perigoso denominado Docetismo. Essa doutrina gnóstica ensina que Cristo apenas teve aparência de humanidade, que Ele só aparentava ser homem, no entanto não era o que aparentava ser.
“A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que une nossas almas a Cristo e por meio dEle, a Deus. Este deve ser nosso estudo. Cristo foi um homem real. Tornando- Se homem, Ele deu provas de Sua humildade. Ainda assim, era Deus na carne. Ao atentarmos para este assunto, bem faríamos em atender as palavras ditas por Cristo a Moisés na sarça ardente: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” Êxodo 3:5. Deveríamos deter-nos sobre este estudo com a humildade do aprendiz, com o coração contrito. O estudo sobre a encarnação de Cristo é campo frutífero que recompensará o pesquisador que cavar profundamente em busca das verdades ocultas.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244.
“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” Gálatas 4:4.
“Antes de ser criado o mundo, ficou determinado que a divindade de Cristo seria encoberta pela humanidade. ‘Corpo Me preparaste’, disse Cristo. Ele, entretanto, não veio em forma humana até que a plenitude do tempo chegasse ao fim. Então, Jesus veio ao nosso mundo como bebê em Belém.” Review and Herald, 5 de abril de 1906.
Cristo Jesus, “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, formando-se semelhante aos homens. E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” Filipenses 2:6-8. (NVI)
“Ao contemplarmos a encarnação de Cristo, sentimo-nos desconcertados diante de um mistério insondável que a mente humana é incapaz de compreender. Quanto mais refletimos sobre isto, mais surpreendente nos parece o tema. Quão imenso é o contraste entre a divindade de Cristo e a indefesa criancinha na manjedoura de Belém! Como entender a distância entre o poderoso Deus e a criança desvalida? Pois ainda assim o Criador dos mundos, Aquele em quem habitava a plenitude da divindade, manifestou-Se como bebê indefeso na manjedoura. Mais excelso que qualquer dos anjos, igual ao Pai em dignidade e glória, vestido, então, do manto da humanidade! Divindade e humanidade combinando-se misteriosamente, o homem e Deus tornaram-se um. É nessa união que encontramos a esperança para nossa raça decaída.” Signs of the Times, 30 de julho de 1896.
“Quando Cristo Se revestiu da natureza humana, tomando a forma de homem, herdou todo o organismo humano. Suas necessidades foram as necessidades de um homem.” SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1130.
“Com profunda solicitude, a mãe de Jesus observava o desenvolvimento das faculdades da Criança. Contemplava o cunho de perfeição em Seu caráter... Por meio do Espírito Santo, recebia sabedoria para cooperar com os instrumentos celestiais no desenvolvimento dessa Criança que só tinha a Deus por Pai.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 69.
“Para nos assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho Unigênito, a fim de que Se tornasse membro da família humana, retendo para sempre Sua natureza humana.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 25.
Por meio da encarnação, a Majestade e glória do Céu, o Verbo eterno, o Criador e Senhor do Universo (João 1:1-3) ficou oculto na forma humana. O Filho de Deus tornou-Se Filho do homem. Esta expressão é empregada mais de oitenta vezes em o Novo Testamento. Tomando sobre Si a humanidade, tornou-Se Um com a raça humana. Somente assim Ele pôde redimir a humanidade perdida. Em sua encarnação, tornou-Se carne. Sentia fome, sede e cansaço. Era nutrido pelo alimento e revigorado pelo sono. Participou da porção do homem, desejava a simpatia humana e necessitava da assistência divina. Ainda assim, continuou a ser o Filho de Deus.
Enquanto Cristo esteve no mundo, era tentado e provado. Foi tocado pelas nossas enfermidades, embora vivesse completamente livre de pecado. Sua humanidade era real e genuína. Ele teve que passar por diversos estágios de desenvolvimento, como qualquer membro da raça humana. Era submisso a José e Maria, e participava nos serviços religiosos na sinagoga e no templo. Chorou sobre Jerusalém, a cidade culpada, e no sepulcro do amigo amado. Em oração, expressou Sua dependência de Deus. Entretanto, o tempo todo, reteve Sua divindade, o único Homem-Deus.
Embora Cristo tivesse todas as necessidades físicas do ser humano, após a raça ter vivido quatro mil anos de degeneração e pecado, era Ele exatamente igual aos descendentes de Adão? Tinha Ele as paixões e tendências pecaminosas inerentes ao ser humano após a queda? Podia Cristo dizer como Davi e Paulo:“Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” “Já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim? ”
Eis a resposta:
“[Cristo] devia tomar Sua posição à frente da humanidade, assumindo-lhe a natureza, porém não a pecaminosidade do homem.” SDA Bible Commentary, (E. G. White comments) vol. 7, pág. 925.
“Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo.”
“[A Majestade do Céu] não Se contaminava na corrupção, era estranha ao pecado e, contudo, orava, e isto muitas vezes com forte clamor e lágrimas. Ele orava por Seus discípulos e por Si mesmo, identificando-Se desse modo com nossas necessidades, fraquezas e falhas, tão comuns à humanidade. Era o poderoso Suplicante, não possuindo as paixões de nossa natureza humana caída, mas rodeado das mesmas enfermidades, tentado em todos os pontos, como nós somos. Jesus suportou sofrimentos que requeriam ajuda e sustento da parte de Seu Pai.” Testimonies, vol. 2, págs. 508 e 509.
“É um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal.” Idem, pág. 202.
“Sede cuidadosos, extremamente cuidadosos, ao considerardes a natureza humana de Cristo. Não O apresenteis às pessoas como homem com tendências para o pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão fora criado puro, sem pecado, sem uma só mácula de pecado em si. Era a imagem de Deus. Podia pecar, e pecou, pela transgressão. Em virtude do pecado de Adão, sua posteridade nasceu com propensões inerentes para a desobediência. Jesus, entretanto, era o Unigênito Filho de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana, e foi tentado em todas as coisas, como ocorre com a natureza humana. Ele poderia ter pecado, poderia ter caído, mas nem por um momento houve nEle propensão para o pecado. No deserto, fora assaltado por tentações, como Adão fora no Éden, assediado por tentações.
“Com relação à humanidade de Cristo, evitai toda questão passível de ser mal-compreendida. ...
“À mente humana, nunca, em hipótese nenhuma, permitais a mais leve impressão de que uma só mancha, ou inclinação para a corrupção, repousou sobre Cristo, ou que Ele condescendeu com a corrupção. Ele foi tentado em todas as coisas como o homem é tentado, ainda assim é chamado ‘o Santo’ “Que Cristo fosse tentado em tudo como somos tentados e contudo permanecesse sem pecado é um mistério que não pode ser explicado aos mortais. A encarnação de Cristo sempre foi e sempre será um mistério. O que foi revelado é para nós e para nossos filhos. Seja alertado cada ser humano a respeito de tornar Cristo inteiramente humano, exatamente como um de nós; isso não pode ser. Não é necessário sabermos o tempo exato quando a humanidade se fundiu com a divindade. Devemos conservar nossos pés na Rocha Cristo Jesus, como Deus revelado na humanidade.” SDA Bible Commutary, vol. 5, págs. 1128, 1129.
“ ‘Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim’. João 14:30. Nada a corresponder com a tentação. Em nenhuma ocasião houve aquiescência às suas múltiplas tentações. Jamais Cristo dera um só passo no terreno de Satanás, para dar-lhe alguma vantagem. Satanás nada encontrou nEle para incentivar suas investidas.” –SDA Bible Commentary,(E. G. White comments) vol. 5, págs. 1128 e 1129.
Cristo, o segundo Adão, não tinha as paixões e tendências inerentes dos desobedientes descendentes de Adão. Ele não era “completamente humano, como somos”, porque isso não é possível. “Cristo é chamado o segundo Adão. Em pureza e santidade, ligado com Deus e por Ele amado, começou onde o primeiro Adão começara. Voluntariamente passou pelo terreno em que Adão caiu, e redimiu a falta de Adão.” The Youth’s Instructor, 2 de junho de 1898.
“Quando Cristo inclinou a cabeça e morreu, derrubou por terra as colunas do reino de Satanás. Venceu a Satanás com a mesma natureza sobre a qual Satanás havia obtido a vitória no Éden. O inimigo foi vencido por Cristo em Sua natureza humana. O poder divino do Salvador estava oculto. Venceu com a natureza humana, apoderando-se do poder de Deus.” The Youth’s Instructor, 25 de abril de 1901.
Sendo que Cristo tomou sobre Si a natureza humana, sem mácula de pecado, nem propensões inerentes para pecar, possuía a mesma condição moral e espiritual que Adão tinha antes da queda. Assim, ao vir para redimir os que foram afetados pela transgressão de Adão, estava sob a mesma lei, a exemplo de Adão. Quanto à Sua condição física, entretanto, Cristo estava em desvantagem, comparado com Adão. Ainda assim, foi vitorioso sobre Satanás, mostrando que Adão não precisaria ter caído, pois ele poderia ter obedecido perfeitamente a lei de Deus.
“Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus, revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável.´” O Desejado de Todas as Nações, pag. 49.
No conflito com Satanás, Cristo veio à Terra, tomando sobre Si a humanidade e constituindo-Se Representante do homem, para mostrar que este, como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer a todo reclamo divino.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 253.
“É verdade que, certa vez, Cristo disse a respeito de Si mesmo: ‘Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim’. No coração humano, Satanás encontra algum ponto onde possa firmar o pé, algum desejo pecaminoso acariciado, por meio do qual suas tentações exercem poder. No Filho de Deus, porém, ele nada encontrou que lhe permitisse obter vitória. Jesus não consentia o pecado. Nem mesmo por um pensamento Ele estaria sujeito ao poder das tentações de Satanás. E, ainda assim, está escrito que Ele foi tentado em todas as coisas, como nós. Muitos defendem a opinião de que, pela natureza de Cristo, era impossível que as tentações de Satanás O enfraquecessem ou subjugassem. Então, Cristo não poderia ter sido posto no lugar de Adão, para estar no solo onde Adão houvera tropeçado e caído. Não poderia ter obtido a vitória que Adão deixara de alcançar. A menos que Ele estivesse em posição idêntica à de Adão, e fosse igualmente provado naquilo em que ele houvera sido provado, não poderia redimir a derrota de Adão. Se, em algum sentido, o homem tiver que enfrentar conflito maior que o de Cristo, então Ele não o poderá socorrer quando tentado. Cristo tomou a humanidade com todos os seus riscos. Tomou a natureza humana com a possibilidade de ceder à tentação, e apegou-Se ao poder divino para resistir.” General Conference Bulletin, 25 de fevereiro de 1895.
“Cristo não era insensível à ignomínia e desgraça. Sentiu tudo, muito amargamente. Sentiu-o tanto mais profunda e agudamente que nós possamos sentir o sofrimento quanto Sua natureza era mais exaltada, pura e santa que a da raça pecadora pela qual sofreu.” Review and Herald, 11 de setembro de 1888.
“Sendo exemplo para nós, em todas as coisas, tornou-Se nosso irmão em nossas enfermidades, porém não Se associou a nós em nossos pecados. Sua natureza recuava diante do mal. Em meio ao mundo corrupto, Ele suportou angústia e tortura de alma.” Signs of the Times, 10 de fevereiro de 1887.
“Cristo consentiu em estar ligado com o infiel e pecador, a fim e compartilhar da natureza do homem, para dar o próprio sangue, e para tornar-Se oferta pelo pecado.” Idem, 5 de março de 1896. “Cristo veio como Substituto do pecador, para levar sobre Si mesmo a culpa que pertencia ao homem. Por meio da perfeição de Seu caráter, foi aceito pelo Pai como Mediador do homem pecador. Ele pode salvar o ser humano somente pela imputação da Sua justiça. Sua natureza divina, isenta de pecado, unia-O a Deus, enquanto Sua natureza humana O tornou familiarizado com as fraquezas e sofrimentos da humanidade.” Youth Instructor, 1º de janeiro de 1874.
Cristo era perfeito, sem pecado, tanto em Sua natureza divina como na humana. Desafiando os judeus, Ele disse: “Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes?” João 8:46. O apóstolo dos gentios declarou que Ele “não conheceu pecado” (2 Coríntios 5:21); que Ele foi “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores” (Hebreus 7:26). Pedro escreveu que Cristo “não cometeu pecado” (1 Pedro 2:22). João, o amado, nos assegura que “nEle não existe pecado.” (1 João 3:5).
“Pela fusão das duas naturezas, a Divindade não Se tornou humana, e o humano não foi deificado. Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa, corrupta e decaída que nós possuímos, pois, então, Ele não poderia ser sacrifício perfeito.” Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 131.
“Pensai na humilhação de Cristo. Ele tomou sobre Si a natureza humana, caída, sofrida, degradada e poluída de pecado. Tomou nossas tristezas, padeceu angústia e opróbrio. Suportou todas as tentações com que o homem é assediado. Uniu o humano e o divino. O Espírito divino habitava no templo da carne. Uniu-Se a Si mesmo ao templo. ‘O verbo se fez carne e habitou entre nós’, pois, fazendo assim, podia ser solidário aos pecadores e entristecidos filhos e filhas de Adão.” SDA Bible Commentary, (E. G. White comments) vol. 4, pág. 1147.
“[Cristo] não foi apenas feito carne: foi feito à semelhança da carne pecaminosa.” SDA Bible Commentary, (E. G. White comments) vol. 5, pág. 1124.
“No ermo deserto, Cristo não Se achava em posição favorável para resistir às tentações de Satanás, como Adão quando foi tentado no Éden. Depois de haver a raça vagueado quatro mil anos fora do Éden e do seu estado original de pureza e retidão, o Filho de Deus humilhou-Se e tomou a natureza humana. Por séculos, o pecado tinha imposto seus terríveis estigmas ao gênero humano. A degeneração física, mental e moral prevalecia em toda a família humana. “Quando Adão, no Éden, foi assaltado pelo tentador, estava sem a mancha do pecado. Subsistia diante de Deus na força de sua perfeição. Todos os órgãos e faculdades de seu ser estavam desenvolvidos uniformemente, equilibrados e em harmonia.
“No deserto da tentação, Cristo ficou no lugar de Adão para suportar a prova a que este deixara de resistir. Ali, quatro mil anos depois de Adão volver costas à luz de seu lar, Cristo venceu em lugar do pecador. A cada geração sucessiva, separada da presença de Deus, a família humana estivera se afastando mais e mais da pureza, sabedoria e conhecimento originais que Adão possuía no Éden. Cristo suportou os pecados e fraquezas da raça humana tais como existiam quando Ele veio à Terra para ajudar o homem. Em favor da humanidade, tendo sobre Si as fraquezas do homem caído, devia resistir às tentações de Satanás em todos os pontos em que o homem é tentado.
“Adão estava rodeado de tudo que seu coração pudesse desejar. Supridas estavam todas as suas necessidades. No glorioso Éden não havia pecado nem sinais de degeneração. Anjos de Deus se comunicavam livre e amorosamente com o santo casal. As felizes aves canoras gorjeavam seus cânticos espontâneos e alegres, louvando ao seu Criador. Os pacíficos animais, em feliz inocência, brincavam em volta de Adão e Eva, obedientes à palavra deles. Adão estava ali, na perfeição de sua varonilidade. Era a mais nobre das obras do Criador. Trazia a imagem de Deus, mas estava pouco abaixo dos anjos.
“Em que contraste estava o segundo Adão ao adentrar o sombrio deserto para, sozinho, lutar com Satanás! Desde a queda, o gênero humano estivera a decrescer em estatura e força física, baixando mais e mais na escala do valor moral, até ao período do advento de Cristo à Terra. Para elevar o homem caído, Cristo precisava alcançálo onde se achava. Assumiu natureza humana, arcou com as fraquezas e degeneração da raça. Ele, que não conhecia pecado, tornou-Se pecado por nós. Humilhou-Se até as mais baixas profundezas da miséria humana, a fim de que pudesse estar habilitado a alcançar o homem e tirá-lo da degradação na qual o pecado o lançara.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 267 e 268.
“Satanás apontara o pecado de Adão como prova de que a lei de Deus era injusta, e não podia ser obedecida. Em nossa humanidade, Cristo devia redimir a falha de Adão. Quando este fora vencido pelo tentador, entretanto, não tinha sobre si nenhum dos efeitos do pecado. Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor da mente e do corpo. Estava circundado das glórias do Éden, em comunicação diária com seres celestiais. Não foi assim quanto a Jesus quando entrou no deserto para medir-Se com Satanás. Por quatro mil anos a raça estivera a decrescer em força física, vigor mental e moral. Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim podia resgatar o homem das profundezas de sua degradação.
“Muitos pretendem que era impossível Cristo ter sido vencido pela tentação. Neste caso, não teria sido colocado na posição de Adão, não poderia haver obtido a vitória que aquele deixara de alcançar. Se, em certo sentido, tivéssemos um conflito mais probante que teve Cristo, então Ele não estaria habilitado para nos socorrer. Nosso Salvador, porém, revestiu-Se da humanidade com todas as contingências da mesma. Tomou a natureza do homem com a possibilidade de ceder à tentação. Não temos que suportar coisa nenhuma que Ele não tenha sofrido.” O Desejado de Todas as Nações, págs. 117 e 118.
“O amor que Cristo manifestou não pode ser compreendido pelo homem mortal. É mistério profundo demais para a mente humana abarcar. Na realidade, Cristo uniu a natureza corrompida do homem com Sua natureza imaculada, porque, por este ato de condescendência, Ele estaria habilitado a comunicar Suas bênçãos à raça caída. Assim, Ele tornou possível para nós participarmos de Sua natureza. Tornando-Se a Si mesmo oferta pelo pecado, Ele abriu um caminho pelo qual o ser humano se tornasse um com Ele. Colocou-Se no lugar do homem, tornando-Se sujeito ao sofrimento. Toda a Sua vida terrena era uma preparação para o altar.” Review and Herald, 17 de julho de 1900.
“Que cena para ser contemplada pelo Céu! Cristo, que não conhecia o mínimo vestígio de pecado, nem contaminação, tomar nossa natureza em seu estado deteriorado. Isto foi humilhação maior do que o homem finito pudesse compreender. Deus manifestou-Se em carne. Humilhou-Se. Que tema para o pensamento, para contemplação profunda e sincera! Tão infinitamente grande como era a Majestade do Céu, contudo, desceu tão baixo, sem perder um átomo de Sua dignidade e glória! Baixou à pobreza e ao mais profundo abatimento entre os homens. Por nossa causa fez-Se pobre, para que nós, por Sua pobreza enriquecêssemos.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 253
“Tomando sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou do seu pecado, no mínimo que fosse. Estava sujeito às debilidades e fraquezas que assediam o homem, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: ‘Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças’. Mateus 8:17.
Ele foi tocado com a sensação de nossas fraquezas, e em tudo foi tentado como nós. Todavia, não conheceu pecado. Era o Cordeiro ‘imaculado e incontaminado’. 1 Pedro 1:19. Se Satanás pudesse, no mínimo pormenor, ter levado Cristo a pecar, teria esmagado a cabeça do Salvador. Como ocorreu, apenas pôde tocar-Lhe o calcanhar.
Tivesse sido tocada a cabeça de Cristo, teria perecido a esperança da raça humana. A ira divina teria sobrevindo a Cristo, como sobreveio a Adão. Cristo e a igreja teriam ficado sem esperança.” SDA Bible Commentary, (E. G. White comments) vol. 5, pág. 1131.
“É um Irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal.” Testimonies, vol. 2, pág. 202.
“Como portador do pecado, sacerdote e representante do homem perante Deus, Ele penetrou na vida da humanidade, assumindo nossa carne e sangue. A vida está na corrente de sangue viva e vital, a qual foi dada pela vida do mundo. Cristo realizou expiação completa, dando Sua vida como resgate por nós. Ele nasceu sem mancha de pecado, mas veio ao mundo da mesma forma que a família humana. Não tinha mera semelhança de um corpo, mas tomou a natureza humana, participando da vida da humanidade.” SDA Bible Commentary (E. G. White comments), vol. 7, págs. 925 e 926.
“Adão e Eva foram postos à prova por meio da qual pudessem retornar a sua lealdade. Neste plano de benevolência, toda a sua posteridade foi abrangida. Após a queda, Cristo tornou-Se o Instrutor de Adão. Agia em lugar de Deus para com a humanidade, livrando da morte imediata a raça. Assumiu a obra de Mediador entre Deus e o homem. Vindo a plenitude do tempo, Ele foi revelado na forma humana. Tomando a natureza, porém não a pecaminosidade do homem, devia assumir posição à frente da humanidade.” Signs of the Times, 29 de maio de 1901.
“Cristo ascendeu ao Céu como portador de uma humanidade santa e santificada. Levou consigo essa humanidade para as cortes celestiais. Através dos séculos eternos Ele a manterá, como Aquele que redimiu todo ser humano da cidade de Deus.” SDA Bible Commentar (E. G. White comments), vol. 6, pág. 1054.
“Como no cerimonial típico, o sumo sacerdote despia suas vestes pontificais e oficiava vestido de linho branco dos sacerdotes comuns, assim Cristo abandonou Suas vestes reais e Se vestiu de humanidade, oferecendo-Se em sacrifício, sendo Ele mesmo o sacerdote e, ao mesmo tempo, a vítima.” Atos dos Apóstolos, pág. 33.
“Em Cristo está toda a glória do Pai. NEle está a plenitude da divindade em pessoa. Ele é o reflexo da glória do Pai e a expressa imagem de Sua Pessoa. A glória dos atributos de Deus é expressa em Seu caráter. O Evangelho é glorioso, pois é feito de Sua justiça. É Cristo revelado, e Cristo é o Evangelho personificado. Em cada página das Escrituras do Novo Testamento brilha a Sua luz. Cada texto é diamante, sobre o qual incidem e do qual irradiam os raios divinos.”
“Não devemos glorificar o Evangelho, mas Cristo. Não devemos adorar o Evangelho, mas o Senhor do Evangelho. Por um lado, Cristo é representação perfeita de Deus, e por outro, perfeito espécime humano, sem pecado. Assim, nEle estavam combinadas a divindade e a humanidade.” SDA Bible Commentary (E. G. White comments), vol. 7, pág. 907.
Sumário
Diante dos judeus, Cristo fez declaração incisiva que os deixou atônitos: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” João 8:58.
“Cristo mostrou-lhes que, embora calculassem Sua vida com menos de cinqüenta anos, Sua vida divina não podia ser calculada pelo cômputo humano. A existência de Cristo antes de Sua encarnação não é medida por algarismos.” Signs of the Times, 3 de maio de 1899.
“Falando de Sua preexistência, Cristo conduz a mente através de séculos incontáveis. Declara-nos que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o Deus eterno. Aquele cuja voz os judeus estavam, então, ouvindo, estivera com Deus como Alguém que vivera sempre com Ele.” Signs of the Times, 29 de agosto de 1900.
“Quando Cristo assumiu a natureza humana, tomando a forma de homem, possuiu todo o organismo humano. Suas necessidades eram as necessidades do homem.” SDA Bible Commentary (E. G. White comments), vol. 5, pág. 1130.
“[Cristo] devia tomar o lugar à frente da humanidade, assumindo-lhe a natureza, porém não a sua pecaminosidade.” SDA Bible Commentary (E. G. White comments), vol. 7, pág. 925.
“Cristo é chamado o segundo Adão. Em pureza e santidade, ligado com Deus e por Ele amado, começou onde o primeiro Adão começara. Voluntariamente, passou pelo terreno em que Adão caiu, e redimiu a falta de Adão.” The Youth’s Instructor, 2 de junho de 1898.