

Esses movimentos reformatórios que surgiram dentro da igreja durante este período nos Séculos IV e V, reavivaram a consciência de muitos, e pequenos grupos de discípulos eram formados em todas as Províncias do Império, imbuídos com o santo e nobre ideal de erguer a bandeira da verdade, o estandarte da genuína fé primitiva ( Sl. 60:4 ).
* Enquanto a professa igreja de Cristo, agora unida ao império, estava empenhada em derrotar o paganismo, pela força do suborno, pela assimilação dos princípios pagãos, e pela força da espada;
* Enquanto os bispos e teólogos da igreja que nos Séculos II e III, haviam extraído da filosofia de Platão, doutrinas como o inferno, imortalidade da alma, purgatório etc, buscavam agora os argumentos para defender essas teorias e outros dogmas que iam sendo estabelecidos nos concílios, não nas Escrituras Sagradas, mas na filosofia de Aristóteles, chamada Escolástica, cujo pilar é a lógica;
* Enquanto o professo mundo cristão empenhava-se em remover toda oposição a seus dogmas, estigmatizando os que não aceitavam como hereges, e portanto a diversos tipos de pressões e penalidades civis;
* Enquanto, periodicamente, centenas de prelados, bispos, e outras autoridades civis e eclesiásticas eram convocados para os Concílios, e podiam ser avistados percorrendo grandes distâncias, para decidir questões de tradição e dogmas, e depois impor suas decisões a todo mundo cristão;
* Enquanto o Bispo de Roma se engrandecia a cada geração que passava, e estendia sua influência sobre outros distritos, recebendo o respeito e submissão de outros bispos importantes da cristandade;
O potente telescópio de autênticos documentos da História Eclesiástica dos Séculos III, IV e V, revela outro panorama - o panorama do fiel remanescente, emergido dos movimentos que procuraram promover um reavivamento da fé primitiva: os montaneses, os novatianos, os remanescentes dos donatistas, os cristãos que despertaram pelos apelos de Joviniano, Vigilantes, dos debates entre Agostinho e Pelágio, dos pequenos grupos que desde então buscaram refúgio nos lugares retirados do Oriente, e mui especialmente entre os vales das montanhas do Piemonte.
Que panorama diferente podemos contemplar do fiel remanescente e a adoração que eles prestavam a Deus! Embora com diferentes nomes, estavam ligados pelos laços daquela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos, a fé primitiva. Em todas as Províncias eles muitas vezes se reuniam em pequenos grupos, no anonimato, como uma igreja subterrânea; ou em lugares retirados do Oriente ou nos vales do Piemonte entre as montanhas, vivendo a vida simples , árdua e saudável da vida do campo, louvando e adorando a Deus em meio à natureza. Em todas as épocas Deus sempre busca para Si adoradores que O adorem em Espírito e em verdade ( Jo. 4:23 ), e o Pai Celestial se agradava da vida e experiência do fiel remanescente que sobreviveu durante esse período de grande apostasia. Eles buscavam adorar a Deus em Espírito e em verdade. Eles estavam "cheios do Espírito"; falavam entre eles com Salmos; entoavam e louvavam "de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. " Ef. 5:18-20.