

História do Movimento de Reforma - A Grande Guerra afeta a Igreja
- Em: História
- Por: Alexandre de Araújo
Na virada do século XIX para o século XX o mundo viveu em clima de tensão permanente. A França guardava mágoas profundas contra o povo alemão, por causa da guerra de 1870, quando eles perderam a região de Alsácia-Lorena. Era uma região rica em recursos minerais, como o carvão e o minério de ferro, que estava localizada na fronteira entre os dois países. A região do sudeste da Europa, a península balcânica, estava em constante conflito. Havia uma rivalidade econômica entre a Inglaterra e a Alemanha para saber qual seria o país mais industrializado do continente. Esta competição levou os dois países a disputarem territórios em outras regiões do mundo. Para defender os interesses econômicos de cada país houve uma corrida armamentista. Os governos engordaram os orçamentos militares, aumentaram o número de jovens alistados e investiram em pesquisas para o desenvolvimento de novas máquinas de guerra.
Este estado de tensão levou a Alemanha a formar com a Áustria e a Itália uma aliança militar de mútua defesa conhecida como Tríplice Aliança. Isso aconteceu em 1882. Segundo este acordo os países membros se comprometiam a defender o país aliado do ataque ou invasão de qualquer outra nação de fora deste pacto. Para tentar equilibrar a balança, a França, a Inglaterra e a Rússia formaram a sua própria aliança militar. Era a Tríplice Entente, assinada em 1907. Contudo este equilíbrio de forças não era pacífico. Esta paz armada criava um estado de tensão permanente no continente europeu. As peças do tabuleiro estavam postas. Qualquer incidente poderia ascender o pavio do barril de pólvora que Europa ser tornara.
O ponto frágil deste cenário era a região da península das Balcãs, uma área disputada por russos, austríacos e movimentos nascionalistas que sonhavam com a independência de cada povo da região. Em 1908, a Áustria anunciou a anexação da Bósnia-Herzegovina ao seu império. Sérvios e russos não gostaram da decisão unilateral dos austríacos. No dia 18 de junho de 1914 explodiu uma revolta nacionalista sérvia. Dez dias depois, um estudante bósnio, Gravilo Princip, assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e a sua esposa. Isso aconteceu durante uma visita do casal real a Sarajevo, capital da Bósnia.
O governo austríaco reagiu com energia. Ele exigiu que o crime fosse investigado por oficiais austríacos. A Sérvia não aceitou o ultimato da Áustria. Por causa disso no dia 28 de julho de 1914 a Áustria declarou guerra à Sérvia. A partir deste momento os acontecimentos se desenrolaram em um ritmo alucinante. A Rússia resolveu entrar no jogo para defender a Sérvia. Os alemães não ficaram neutros e decidiram apoiar a Áustria declarando guerra aos russos em 1º de agosto. Dois dias depois eles declaram guerra aos franceses.
A Inglaterra tentou manter-se neutra, mas quando a Alemanha invadiu a Bélgica, com o objetivo claro que conquistar Paris eles não tiveram outra alternativa. No dia 4 de agosto a Inglaterra declarou guerra contra a Alemanha. O conflito se espalhara como um incêndio em uma pastagem seca por causa de um longo período de estiagem. No começo dois blocos se digladiaram: de um lado estavam as Potências Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria) e do outro a Entente, formada por Sérvia, Rússia, França, Bélgica e Grã-Bretanha. Com o tempo outros países entrariam no conflito.
Como saldo de um conflito que durou quatro anos houve 8 milhões de mortes e 20 milhões de pessoas sofreram de invalidez. A economia dos países envolvidos diretamente com o conflito ficou completamente arruinada: o conflito consumiu cerca de 30% da riqueza nacional da França e 22% da Inglaterra. Houve queda de 40% na produção industrial francesa e de 30% na sua safra agrícola. A Europa estava em ruínas. Como não poderia deixar de ser esta situação afetou a igreja adventista também. Mas a resposta da direção igreja a este desafio não poderia ser mais equivocado. É o que veremos a seguir.
A crise repercute na Igreja
A Primeira Guerra Mundial começou no dia 28 de julho de 1914. Em uma semana o conflito se espalhou por toda a Europa envolvendo as nações mais ricas da região. Tão logo começou o grande conflito a Divisão Européia da Igreja Adventista do Sétimo Dia tratou de comunicar aos seus membros e ao Governo sobre a posição oficial da Igreja quanto a questão da participação direta dos jovens na igreja na guerra e a questão da guarda do sábado durante o conflito.
No dia 1° de agosto a Alemanha declarou guerra contra a Rússia. No dia seguinte o secretário da Divisão Européia, Guy Dail, enviou uma circular aos membros da Igreja tentando esclarecer qual seria a atitude da igreja diante da guerra que estava começando. A circular tinha uma mensagem tanto para os que eram convocados para servir o exército alemão, quanto para os crentes que não seriam convocados para a guerra. Ela dizia:
“Aos nossos queridos irmãos [...] Enquanto estivermos no exército, se nele formos incorporados, devemos cumprir, alegremente e de coração, as nossas obrigações de ordem militar [...] Enquanto ficarmos em casa [...] lembrando-nos, perante o trono da graça, especialmente das autoridades e do nosso [alemão] exército.”[1]
Assinada por Guy Dail, secretário da Divisão Européia. A data era 2 de agosto de 1914. Uma cópia desta circular foi publicada na Romênia com a data de 4 de agosto de 1914.
No dia seguinte, 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra contra a França. O conflito estava instalado. Diante da situação que se agravava, no dia seguinte, 4 de agosto, a direção da igreja na Alemanha envia um novo documento, desta vez para o governo alemão. Nesta carta a direção da obra na Alemanha explicava a posição da Igreja Adventista quanto a guerra e afirmava que ela havia sido comunicada aos membros. Era uma referência direta a circular escrita por Guy Dail. Esta missiva esclarecia que se alguém revelasse uma posição diferente estava agindo por conta própria e não era apoiado pela direção da Igreja. A carta fora endereçada ao Ministro da Guerra:
“[...] Tomo a liberdade de apresentar a Vossa Excelência a inclusa posição dos adventistas do sétimo dia alemães, especialmente na atual situação de guerra [...] comprometemo-nos na defesa de nossa pátria [Alemanha], e nestas circunstâncias também portaremos armas no sábado [...] Transmitimos esta resolução aos nossos membros e lhes pedimos que organizem reuniões de oração e súplicas a Deus pela vitória às armas alemãs. [...]”
“[...] E para o caso de algum dentre os adventistas sorteados recusar-se a servir no sábado ou opor-se ao porte de armas seremos gratos a vossa Excelência se o oficial comandante for informado de nossa posição ou resolução [...] Com o desejo de que Deus faça vitoriosas a causa justa [...]”
Assinado por H. F.Shubert, presidente da União Leste Alemã e datada de 4 de agosto de 1914.[2] A direção da Igreja teve uma reação imediata e pronta a favor do governo. Esse tipo de decisão não é tomado de uma hora para outra. É fruto de uma ideia que vinha sendo cultivada a algum tempo e que no momento certo produz o seu danoso fruto. A apostasia já tinha germinado. Agora só estava se manifestando. Da carta escrita pela direção da obra na Alemanha ao governo alemão podemos destacar os seguintes aspetos:
· Primeiro: A carta afirma a posição da direção da Obra em apoio a participação dos membros da igreja na guerra, mesmo no sábado;
· Segundo: Essa posição havia sido divulgada aos membros por meio de uma circular;
· Terceiro: Se alguém revelasse posição diferente estava agindo por conta própria e não era apoiado pela direção da igreja;
· Por último: A Igreja enfatizava o apoio irrestrito a atitude beligerante do governo. Uma posição claramente nacionalista.
Com isso a Igreja deixava o membro que não concordava com essa posição a mercê da vontade do governo e sem o amparo da Igreja. Se alguém resolvesse ser fiel a sua consciência seria tratado como rebelde tanto pela Igreja como pelo governo. Ele estava só. Houve uma profunda inversão de valores. Agora ser a favor da Lei de Deus tornou-se errado para a igreja e transgredi-la era vista com bons olhos.
Para Denis Kaiser, doutorando em historia da igreja, a posição beligerante da direção da Obra naquele tempo foi um desatino. Ele critica a decisão da direção da Igreja na Europa com estas palavras:
“Alguns líderes denominacionais, na Alemanha, perderam a cabeça e garantiram às autoridades militares que seus recrutas defenderiam a terra natal, com armas, mesmo no sábado. Ao mesmo tempo, tentavam converter os membros da igreja de que a prontidão para a guerra no Antigo Testamento continuava em vigência nos dias atuais.”[3]
Apesar dessa posição pró-governo, no dia 22 de fevereiro de 1915, na região ao sul da Alemanha, Dresden, a Igreja foi impedida de realizar reuniões. O pastor R. Ruhling, que esteve no encontro de Friedensau em 1920, confirma que foi isso o que aconteceu: “Na Saxônia nossas igrejas foram fechadas e fomos proibidos de realizar reuniões.”[4]
Por que aconteceu isso? Por que uma minoria rejeitou a posição oficial da Igreja e por causa deles a Obra foi interditada. Essa pequena minoria, formada por 2% dos membros da Igreja na Alemanha, protestara contra a participação dos membros na guerra e eram contra a transgressão do sábado, mesmo diante a crise. Em 1914 a igreja Adventista na Alemanha tinha 4 mil membros e cerca de 87 membros da igreja levantaram a voz contra a apostasia. Por não aceitarem participar das ações de guerra a atitude do grupo foi tomada pelo governo Alemão como a posição oficial da igreja. O governo interveio nas igrejas adventistas da Saxônia por que considerou esta atitude como subversiva. A direção da igreja temeu que esta atitude de poucos crentes se espalhasse e comprometesse a organização advenstista diante do governo e por isso mandou excluir a minoria contestadora. Para não deixar dúvidas sobre a sua posição a direção da igreja mandou uma carta ao governo esclarecendo que a atitude oficial da igreja era a favor do governo. Nela ela esclarecia que os membros foram instruídos a participarem na guerra, quando convocados. A carta, assinada por três dirigentes da obra na Alemanha, dizia:
“Dresden 5 de março de 1915.
“Ao Comando Geral da Corporação do Sétimo Exército em Dresden [cidade foco do problema]:
“Com referência à Ordem 856, de 22 de fevereiro de 1915, que proibiu a realização de reuniões adventistas em Dresden, Saxônia [...] Mas por ocasião do começo da guerra, a diretoria da Igreja Adventista da Alemanha aconselhou todos os membros chamados para o serviço militar a que cumpram fielmente seus deveres de cidadãos [...] Como prova do sobredito, anexamos cópia da declaração [anterior], datada de 4 de agosto de 1914.
“Pela Divisão Leste-européia, com sede em Hamburgo, assinado L. R. Conradi (presidente); pela União Leste-alemã, com sede em Berlin, Charlottenburg, assinado H. F. Schubert (presidente); pela Associação da Saxônia, com sede em Chemnitz, assinado, P. Drinhaus, (presidente).”[5]
O escritor adventista Enoch de Oliveira reconhece que “esta declaração significava evidentemente um lamentável desvio da posição histórica defendida pela Igreja.”[6] No livro Portadores de luz os autores comentam a decisão da direção da obra na Alemanha com as seguintes palavras: “Embora isso estivesse diretamente em conflito com a posição tomada pelos pais fundadores do adventismo 50 anos antes, muitos alemães membros da igreja acataram o plano de ação anunciado por seu dirigente.”[7] Segundo R. Ruhling, “em resultado disso [desta declaração oficial], suspendeu-se a interdição de nossa obra na Saxônia.”[8]
Os historiadores adventistas Richard Schwarz e Floyd Greenleaf comentam que houve um grupo que não acatou a decisão da direção da obra:
“Outros assumiram uma posição mais extrema, anegando-se absolutamente a apoiar esforço bélico. As declarações de alguns pertencentes a esse último grupo levaram ao fechamento de todas as igrejas adventistas do sétimo dia em uma região da Alemanha [Saxônia]. Somente quando os líderes da igreja reafirmaram sua recomendação quanto ao porte de armas é que se permitiu a reabertura dessas igrejas.”[9]
Os autores do livro Portadores de luz só esqueceram de comentar que estas mesmas pessoas que tomaram esta posição “extremada” foram excluídos pela igreja e abandonados pelos seus líderes para defenderem suas convicções sozinhos, sem apoio nenhum. Em uma carta circular intitulada “A situação européia” o pastor Charles H. Watson, presidente da Associação Geral dos ASD entre 1930 e 1936, deu a seguinte explicação:
“Na Alemanha [...] houve uma minoria de crentes nossos que recusaram seguir a direção de Conrad [...] Esses, por causa da sua posição, tiveram que sofrer muito nas mãos dos seus governos [...] A resistência na da minoria ao serviço militar ameaçou comprometer todo o corpo dos adventistas aos olhos do governo alemão; e para evitar isto, Conrad mandou excluir a minoria da igreja.” – Carta circular “A situação européia” do ancião C. H. Watson (presidente da Associação Geral dos ASD, entre 1930 e 1936). [10]
Denis Kaiser confirma que a exclusão do pequeno grupo fiel foi a razão para o surgimento do Movimento de Reforma:
“Várias pessoas manifestaram seu descontentamento e oposição. O tumulto resultante, aparentemente, só poderia ser interrompido pela exclusão dos ‘desordeiros’, o que provocou ainda mais alienação, antagonismo e ressentimento. Essa ‘guerra’ interna eventualmente levou ao estabelecimento do Movimento Adventista da Reforma.”[11]
Falsas explicações
Como surgiu o Movimento de Reforma? Apesar das evidências históricas mostradas acima, para alguns não foi por causa da apostasia da igreja que ocorreu na Primeira Guerra Mundial. Para estes a origem do Movimento de Reforma está relacionada com as falsas visões de Johann Wieck. Quem foi Wieck?
Esse jovem adventista foi preso por se negar a tomar vacina, quando convocado para defender a Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Julgado por um tribunal militar foi condenado a sete dias de prisão.
Durante o seu encarceramento, no dia 11 de janeiro de 1915, Wieck alegou ter recebido uma mensagem de Deus, por meio de um sonho. Nele, ele viu que na época da floração das árvores de frutos com caroço, tais como o pêssego, a ameixa e as cerejas naquele ano a porta da graça estaria fechada para o mundo. Se a igreja não aceitasse a mensagem seria um sinal de que ela havia caído do favor divino. Wieck escreveu um artigo narrando a sua suposta visão e a enviou para a editora adventista de Hamburgo. O editor nem deu atenção aquele escrito. Apesar desta rejeição, ele não desistiu da ideia de publicar a sua visão. Com o apoio financeiro de alguns amigos adventistas, Wieck imprimiu a visão em um folheto. O material foi enviado a vários pastores e membros da igreja na Alemanha.
Com a chegada da primavera o espetáculo da floração dos pomares não marcou o fim do tempo da graça. A visão não se cumpriu. Uma nova data foi marca: 10 de maio de 1915. Como nada aconteceu naquele dia, novas datas foram marcadas e nada. Temendo o fim do Movimento, as pessoas ligadas a Johann Wieck encontraram na guerra que estava acontecendo na Europa outro motivo para acusar a Igreja de apostasia.
Essa versão é oficial da igreja adventista para o surgimento do Movimento de Reforma. Ela é apresentada no livro A mão de Deus ao leme, do pastor Enoch de Oliveira, que foi vice-presidente da Associação Geral dos Adventistas. Porém a origem dessa versão da história está no relato do pastor R. Ruhling, em uma carta transcrita no livro Uma lua que alumia, nas páginas 144-150, de autoria de Orlando Pinho e Adalberto Simon.
O que há de verdade ou mentira nessa versão? Segundo R. Ruhling esta versão é verdadeira, pois ele foi testemunha ocular do encontro de Friedensau, e nesta condição ele podia afirma que a sua versão é confiável. Ele termina o seu relato dizendo que “agora, tendo-lhe eu escrito esta declaração absolutamente verdadeira [...].”[12] Será?
Quem era o pastor R. Ruhling? Ele é uma das pessoas que acompanhou o surgimento do Movimento de Reforma. Ele foi o secretário que taquigrafou o encontro entre o Movimento de Reforma na época que houve o encontro para uma tentativa de reconciliação com a liderança mundial da Igreja Adventista. Essas anotações foram publicadas mais tarde com o nome de Protocolo da discussão com o Movimento Opositor, mais conhecido simplesmente como Protocolo. Nesse documento está descrito tudo o que foi discutido entre as partes envolvidas no problema. E o que se fala nele sobre esse tal de Johann Wieck?
Durante as reuniões que visavam o esclarecimento sobre a questão, Arthur Daniells, então presidente da Associação Geral da Igreja Adventista, procurou separar as publicações que explicavam a posição do Movimento de Reforma dos que eram espúrios ao grupo. O diálogo foi nesses termos. O pastor Arthur Daniells começou a seção fazendo o seguinte comentário:
“Estes aqui são os documentos que nos foram entregues pelo irmão Conrad. Eles devem demonstrar em que consiste este Movimento. Podemos deixar de fora os documentos que considerais alheios ao vosso Movimento. O primeiro documento é de Wiech.”
E.Dorschler, porta-voz e represente do Movimento Opositor, esclareceu: “Ele não pertence a este Movimento. Tenho o privilégio de pertencer a este Movimento desde o início.”[13] Se alguém alegar que não se trata do mesmo Wieck devemos lembrar que Conradi sabia quem era ele e o propósito do seu falso movimento e das suas alegações. No Protocolo, na página 32 Conradi comenta:
“Ainda tenho uma quantidade de documentos que também contribuíram para aumentar nossas dificuldades. Um homem em Berlim foi preso porque se negou a vacinar-se. Ele apresentava ter certas visões e enviou a Hamburgo o manuscrito para publicação, no qual assegurava que esta era a última guerra e que o Senhor viria antes de terminar o ano de 1915. Não publicamos isso no ‘Zionswachter’, e, por isso ele mesmo o mandou imprimir em Bremen.”
Conradi conclui dizendo que esta era a verdadeira razão da controvérsia entre os lideres da igreja na Alemanha e os crentes que estavam contestando as decisões da igreja. Mas como vimos a obra de Wieck não tinha nenhuma relação com o surgimento do Movimento de Reforma. Não é correto relacionar a origem do Movimento de Reforma com as falsas visões de Johann Wieck. Se esta não é a origem do Movimento de Reforma, qual é então? A exclusão dos membros que não apoiaram a decisão beligerante da Igreja.
O apoio da direção da Igreja ao Governo Alemão, a exclusão dos opositores, a interdição da obra na Saxônia e a suspensão desta interdição, todos esses fatos ocorreram antes do cumprimento da alegada visão de Wick. Portanto, antes de 10 de maio de 1915, os Reformistas já haviam sido excluídos da Igreja. Isso demonstra que a verdadeira origem do Movimento de Reforma tinha a ver com a questão da guerra e não com supostas visões do fim do tempo de graça. O grupo não saiu da igreja por livre escolha, mas eles foram excluídos por causa da sua posição. O próprio Ruhling chama-os de “excluídos”.[14]
Aquele pequeno grupo ficou exposto a ira do seu governo imperialista alemão, mas estavam ao lado do que a sua consciência dizia estar certo.
(continua na próxima semana)
[2] Citado em Objeção de consciência ou combatência, p. 20 e 21 (parêntese nosso).
[3] KAISER, Denis. Amar nosso inimigo? Reflexões sobe o centenário da I Guerra Mundial. Revista Adventist World, agosto de 1914, p. 17.
[4] PINHO, Orlando G. de, SIMON, Adalberto. Uma luz que alumia, p. 147.
[5] Citado em Objeção de consciência ou combatência?, p. 21 e 22 (parêntese nosso).
[6] OLIVERIA, Enoch. A mão de Deus ao leme, p. 130 (ênfase nossa).
[7] SCHWARZ, Richard e GREENLEAF, Floyd. Portadores de luz, p. 365 (ênfase nossa).
[8] PINHO, Orlando G. de, SIMON, Adalberto. Uma luz que alumia, p. 147 (parêntese nosso).
[9] SCHWARZ, Richard e GREENLEAF, Floyd. Portadores de luz, p. 365 (ênfase e parêntese nosso).
[10] Citada no livreto Origem e primeiras experiências dos Adventistas do Sétimo Dia – Movimento de Reforma, p. 7 e 8 (ênfase nossa).
[11] KAISES, p. 17.
[12] PINHO, Orlando G. de, SIMON, Adalberto. Uma luz que alumia, p. 150.
[13] Protocolo da discussão com o Movimento Opositor, p. 45.